Ministro israelense renuncia em protesto contra acordo de cessar-fogo
Ben-Gvir criticou o acordo por não garantir a libertação de todos os reféns

O ministro da Segurança Interna de Israel, Itamar Ben-Gvir, renunciou ao cargo neste sábado, 18, em oposição ao acordo de cessar-fogo com o Hamas, negociado no Qatar.
Ben-Gvir, líder do partido Poder Judaico, classificou o pacto como “imprudente” e indicou que poderia voltar ao governo de Benjamin Netanyahu caso a guerra contra o Hamas seja retomada com maior intensidade.
“Se a guerra contra o Hamas for retomada, com intensidade, para alcançar os objetivos que ainda não foram atingidos, voltaremos ao governo”, disse em entrevista coletiva em Jerusalém.
Ele também criticou o acordo por não garantir a libertação de todos os reféns, o que, segundo ele, é central para a negociação.
Ben-Gvir havia ameaçado renunciar na quinta-feira, 16, mas condicionou sua saída ao andamento das negociações. Apesar da renúncia, afirmou que seu partido não derrubará a coalizão de governo liderada por Netanyahu.
Críticas ao cessar-fogo
O acordo, mediado por Qatar, Egito e Estados Unidos, prevê a libertação inicial de 33 reféns em troca de centenas de prisioneiros palestinos detidos em Israel.
Entre os reféns incluídos estão Hisham al-Sayed e Avera Mengistu, capturados há cerca de uma década, além de outras pessoas sequestradas no ataque do Hamas de 7 de outubro de 2023.
Ben-Gvir defendeu uma abordagem mais rígida: “Para a libertação dos reféns, é necessário interromper completamente a ajuda humanitária enviada a Gaza. Somente com essa condição, o Hamas libertará nossos reféns sem colocar em risco a segurança de Israel.”
A decisão de Netanyahu de avançar com o cessar-fogo foi aprovada por 24 votos a favor e oito contra no gabinete de governo. No entanto, o pacto enfrentou oposição de outros membros da direita, como o ministro das Finanças, Bezalel Smotrich, que classificou o acordo como “perigoso” para a segurança de Israel.
Netanyahu exige lista de reféns
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu), afirmou neste sábado, 18, que o acordo de cessar-fogo em Gaza pode não avançar caso o grupo terrorista Hamas não forneça a lista dos reféns que serão libertados, conforme estipulado.
Em publicação no X, Netanyahu disse que Israel não permitirá violações do acordo e responsabilizou exclusivamente o Hamas pela situação.
“Não avançaremos com o acordo até recebermos a lista de reféns que serão libertados, conforme acordado. Israel não tolerará violações do acordo. A única responsabilidade é do Hamas”, escreveu o premiê.
A lista diz respeito aos 33 reféns que devem ser libertados na primeira fase do cessar-fogo, que está previsto para iniciar no domingo, 19.
O acordo, que prevê a troca de reféns por prisioneiros palestinos, foi mediado por Qatar, Egito e Estados Unidos, após mais de um ano de negociações.
A votação sobre o acordo foi aprovada pelo Gabinete de Segurança de Israel, com 24 ministros a favor e 8 contra.
Leia mais: “Gabinete de Segurança de Israel recomenda aprovação do cessar-fogo”
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