Marine Le Pen amplia influência em crise francesa
A líder do Reunião Nacional (RN) intensificou seu protagonismo no cenário político ao se posicionar como peça-chave na crise que derrubou o governo do primeiro-ministro Michel Barnier
Marine Le Pen, líder do Reunião Nacional (RN), intensificou seu protagonismo no cenário político ao se posicionar como peça-chave na crise que derrubou o governo do primeiro-ministro Michel Barnier. O Parlamento enfrenta agora a necessidade de construir um novo orçamento para 2025, enquanto Le Pen busca consolidar sua imagem como uma força central nas negociações legislativas.
A decisão de votar pela moção de censura contra o governo Barnier foi explicada por Le Pen como necessária para proteger os franceses de um orçamento que, segundo ela, apresentava propostas prejudiciais, como o aumento de impostos sobre o gás. Apesar de destacar a gravidade do momento, Le Pen afirmou que a derrubada do governo “não é uma vitória” e garantiu que o RN se dedicará a colaborar na construção de um orçamento que seja “aceitável para todos”.
No âmbito estratégico, o RN tem buscado reforçar sua atuação parlamentar. Le Pen anunciou que o partido votará a favor de todas as moções de censura contra o uso do artigo 49.3, mecanismo que permite a aprovação de leis sem votação, enquanto também apresentará sua própria moção, mesmo sem contar com o apoio da esquerda. Paralelamente, o RN definiu prioridades como o aumento das aposentadorias pela inflação e cortes na contribuição francesa ao orçamento da União Europeia.
Embora Le Pen tenha descartado apoio à renúncia de Emmanuel Macron ou a convocação de eleições presidenciais antecipadas, ela reconheceu que a dissolução do Parlamento poderia limitar as opções do presidente. Ao adotar uma postura firme, mas aberta ao diálogo, a líder busca equilibrar os interesses de sua base tradicional com a necessidade de atrair novos segmentos do eleitorado.
A crise política atual representa um teste significativo para a estratégia do RN e sua capacidade de se posicionar como um ator confiável em momentos de impasse.
Le Pen e Meloni: semelhanças e diferenças
Marine Le Pen e Giorgia Meloni, embora associadas à direita populista na Europa, têm abordagens distintas em temas internacionais, especialmente em relação à guerra na Ucrânia.
Le Pen mantém uma postura crítica às sanções econômicas contra a Rússia, argumentando que elas prejudicam os cidadãos franceses, sem atingir seus objetivos políticos. Antes do conflito, ela expressava opiniões favoráveis ao presidente russo Vladimir Putin, destacando interesses estratégicos comuns como o fornecimento de energia.
Meloni, por sua vez, adota um posicionamento firme em apoio à Ucrânia. Como primeira-ministra da Itália, reforçou sua aliança com a União Europeia e a OTAN, condenando a invasão russa e apoiando as sanções internacionais. Essa postura reflete uma linha pró-ocidental que diferencia claramente a italiana de Le Pen.
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