A onda de protestos contra o turismo na Espanha ganhou força com ações radicais em algumas das regiões mais visitadas do país.

Em Ibiza, um dos pontos turísticos mais famosos foi bloqueado com pedras, enquanto em Tenerife, manifestantes incendiaram uma frota de carros alugados.

O movimento, que critica o impacto do turismo de massa sobre os moradores locais, promete ampliar os atos nos próximos meses, com bloqueios em aeroportos e outras áreas de grande fluxo de visitantes.

O episódio mais recente aconteceu no balneário de Costa Adeje, em Tenerife, onde ativistas mascarados despejaram líquido inflamável sobre 20 veículos alugados antes de atear fogo.

Em Ibiza, o mirante Es Vedrà, um dos mais populares para assistir ao pôr do sol, foi fechado por proprietários de terras que alegam estar fartos da superlotação.

Em outubro de 2024, manifestantes invadiram a Praia Troya e cercaram turistas com cartazes exigindo um limite para o número de visitantes.

A revolta contra o turismo vem crescendo à medida que o setor bate recordes.

Em 2024, a Espanha recebeu 94 milhões de turistas internacionais, impulsionando a economia e fazendo o turismo representar 13,2% do PIB.

O gasto médio por visitante deve subir para 1.342 euros este ano.

Apesar dos números positivos, moradores denunciam que o aumento dos aluguéis, a precarização do mercado de trabalho e os danos ambientais estão tornando a vida nas ilhas e em cidades como Barcelona cada vez mais insustentável.

Diante da escalada dos protestos, um encontro está marcado para o próximo mês em Barcelona, reunindo ao menos 15 grupos ativistas de países como Espanha, Portugal, Itália e França.

O objetivo é coordenar novas ações contra o turismo de massa, com possibilidade de bloqueios em aeroportos e novas intervenções em áreas turísticas.