Mais de 40 países pedem investigação da ONU sobre morte de Navalny
Demanda foi liderada pela UE, e contou com o apoio de EUA, Reino Unido, Ucrânia, Austrália, Canadá, Nova Zelândia e Noruega
Um grupo de 43 países demandou uma investigação internacional das Nações Unidas (ONU) sobre a morte do ex-líder opositor russo Alexei Navalny, declarado falecido em 16 de fevereiro enquanto cumpria pena em uma penitenciária na Sibéria.
A demanda foi encabeçada pela União Europeia, e contou com o apoio de Estados Unidos, Reino Unido, Ucrânia, Austrália, Canadá, Nova Zelândia e Noruega.
“[A Rússia] deve permitir uma investigação internacional independente e transparente sobre as circunstâncias da sua morte súbita”, afirmou a embaixadora do bloco europeu na ONU, Lotte Knudsen, em nome dos 43 países no Conselho de Direitos Humanos, em Genebra.
Knudsen ainda descreveu o falecimento de Navalny como “mais um sinal da repressão acelerada e sistemática na Rússia”.
Como foi o funeral de Navalny?
Apesar do risco de detenções pela polícia, milhares de apoiadores do opositor russo Alexeï Navalny reuniram-se esta manhã para prestar homenagem a Alexeï Navalny, em frente a uma igreja de Moscou onde será realizado o seu funeral. O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, alertou sobre possíveis sanções no caso de participação em qualquer manifestação “não autorizada” durante o funeral.
No local, algumas pessoas dizem ter medo e se recusam a se identificar ou a se permitir serem fotografadas.
Em frente à igreja, os presentes cantam: “Você não teve medo e nós não temos medo”
Segundo a cobertura do jornal francês, Le monde, milhares de pessoas reuniram-se em torno da igreja quando o caixão de Alexei Navalny chegou sob os aplausos da multidão.
Uma longa fila, sob estreita vigilância policial, formou-se desde o início da manhã em frente à igreja onde ocorrerá a cerimônia. Várias dezenas de policiais foram destacados para a área. As autoridades também delimitaram o caminho que vai da igreja ao cemitério com barreiras metálicas.Entre as pessoas que esperavam para prestar homenagem ao adversário de Putin, algumas seguravam flores, outras tinham lágrimas nos olhos. “Já não temos políticos assim e ninguém sabe quando os teremos novamente”, lamentou à AFP Maria, 55 anos, bibliotecária, dizendo que sente “medo e tristeza.”
Diplomatas estrangeiros, incluindo o embaixador francês na Rússia, Pierre Lévy, e a embaixadora dos Estados Unidos, Lynne Tracy, estão no local.
Segundo o rito ortodoxo, o corpo de Alexei Navalny será exposto na igreja com um caixão aberto para os seus entes queridos, antes de ser enterrado no vizinho cemitério de Borissovo, duas horas depois.
Yulia Navalnaïa lamentou na quarta-feira, 28 de fevereiro, que nenhuma cerimônia civil tenha sido autorizada para permitir a exposição do corpo do seu marido a um público mais vasto, como acontece frequentemente após a morte de grandes personalidades na Rússia.
Quem foi Alexei Navalny? Quem matou Alexei Navalny?
Principal crítico do Kremlin e carismático ativista anticorrupção, Alexeï Navalny morreu em 16 de fevereiro, aos 47 anos, numa colônia penal russa no Ártico, em circunstâncias que permanecem obscuras.
Os seus apoiadores, a sua viúva Yulia Navalnaïa e o Ocidente acusaram Vladimir Putin de ser responsável pela sua morte, o que o Kremlin nega.
Depois de atrasar a entrega dos restos mortais do opositor aos seus familiares, as autoridades russas finalmente o fizeram no fim de semana passado, permitindo um funeral.
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