Líder rebelde é recebido por multidão em mesquita após queda de Assad
Abu Mohammed al-Jawlani fez discurso em mesquita de Damasco, onde foi recebido com gritos de “Allahu Akbar”
O líder do grupo islâmico Hayat Tahrir al-Sham (HTS), Abu Mohammed al-Jawlani (foto), visitou neste domingo, 8, a histórica Mesquita de Omíadas, em Damasco, horas depois da queda do regime do ditador Bashar al-Assad.
Jawlani, que agora adota o nome Ahmed al-Sharaa, fez um discurso na mesquita, onde foi recebido por uma multidão que gritava “Allahu Akbar” (Deus é grande), segundo vídeos divulgados pelo grupo em seu canal no Telegram.
A Mesquita de Omíadas, reconhecida como Patrimônio Mundial da Unesco, é o quarto local mais sagrado para os muçulmanos e abriga mosaicos e minaretes de sua construção original.
A chegada de Jawlani a Damasco ocorreu após uma ofensiva relâmpago do HTS, que tomou Aleppo e outras cidades sírias em menos de duas semanas, marcando o colapso do regime Assad após 13 anos de guerra civil. O paradeiro do ditador é desconhecido.
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Saques
Neste domingo, os opositores anunciaram ter entrado em Damasco sem resistência militar. Moradores foram às ruas para celebrar a queda do regime, enquanto a residência da família Assad foi saqueada, assim como as embaixadas do Irã e da Itália.
Imagens que circulam nas redes mostram pessoas pisoteando uma estátua de Hafez al-Assad, pai de Bashar e líder do país por 30 anos.
Nos bairros de Damasco, as facções rebeldes começaram a impor toques de recolher e medidas contra saques. Vídeos mostram policiais ligados ao HTS chegando para restaurar a ordem na cidade.
Novos decretos
Na TV pública, agora controlada pelos rebeldes, o HTS declarou o fim do regime Assad e pediu o retorno dos refugiados para uma Síria “livre”. O grupo, que se originou como uma dissidência da Al-Qaeda, tentando se posicionar como uma força islâmica moderada.
Jawlani emitiu decretos ordenando a proteção de minorias religiosas, como cristãos e xiitas, e proibiu atos de retaliação, medidas que analistas consideram um movimento pragmático para consolidar poder político. Muitos duvidam que essa promessa será cumprida.
A vitória do HTS também levanta questões sobre o apoio externo ao grupo, treinado e financiado pela Turquia, liderada por Recep Tayyip Erdogan. A queda do regime de Assad reforça o papel da força militar na redefinição do poder no Oriente Médio.
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