Khamenei indica três possíveis sucessores, diz NYT
Líder supremo do Irã elabora plano emergencial para tentar garantir continuidade do regime diante da guerra com Israel

O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei (foto), elaborou um plano emergencial para garantir a continuidade do regime diante da guerra com Israel. Segundo reportagem publicada neste sábado, 21, pelo The New York Times, ele criou uma nova estrutura de comando para substituir generais mortos nos ataques israelenses e, em um gesto sem precedentes, indicou três clérigos como possíveis sucessores, caso ele próprio seja assassinado. O filho Mojtaba, frequentemente apontado como herdeiro político, ficou fora da lista.
Ainda segundo a publicação, Khamenei tem se mantido recluso em um bunker, evitando qualquer comunicação eletrônica e falando com seus comandantes apenas por meio de um assessor de confiança, como medida de proteção. Aos 86 anos, o aiatolá teme ser alvo de um atentado israelense e vê essa possibilidade como um ato de martírio, segundo aliados.
A reportagem do NYT não revela os nomes dos três clérigos indicados pelo aiatolá como possíveis sucessores.
Sucessão acelerada
Segundo o jornal, as lideranças iranianas avaliam diferentes cenários e se preparam para o agravamento do conflito — inclusive com a possibilidade de envolvimento direto dos Estados Unidos, caso o presidente Donald Trump decida intervir.
Aos 86 anos, Khamenei estaria ciente da possibilidade real de ser alvo de Israel ou dos EUA. Segundo seus assessores, ele vê essa possibilidade como um ato de martírio. Ainda de acordo com o NYT, Khamenei instruiu a Assembleia de Peritos — órgão que escolhe o líder supremo — a acelerar o processo de sucessão caso venha a ser morto.
Em tempos normais, essa escolha costuma levar meses de articulações nos bastidores do clero e da política iraniana. Mas, com o país em guerra, a ordem é garantir uma transição rápida e ordenada.
A sucessão do líder supremo é um dos temas mais sensíveis na política iraniana. O cargo concentra vastos poderes: o líder comanda as Forças Armadas, chefia o Judiciário, o Legislativo e o Executivo, e exerce ainda o papel de Vali Faqih, ou seja, a mais alta autoridade religiosa do Islã xiita no país.
Khamenei “não pode continuar a existir”
Na última quinta-feira, o ministro da Defesa israelense, Israel Katz, afirmou que Khamenei “não pode continuar a existir”. A declaração foi feita após o regime de Teerã atacar com mísseis o Soroka Medical Center, o principal hospital do sul de Israel, deixando ao menos 71 pessoas feridas.
Katz disse que, segundo os objetivos de guerra das Forças de Defesa de Israel (FDI), “sem dúvida, esse homem [Khamenei] não deveria continuar a existir”.
“Um ditador como Khamenei, que lidera um país como o Irã e fez da destruição do Estado de Israel seu objetivo declarado, esse objetivo horrível de destruir Israel, não pode continuar ou se materializar”, acrescentou.
Segundo Katz, o líder iraniano está “dando pessoalmente a ordem de atirar em hospitais e prédios residenciais” e em civis.
O ministro da Defesa também comparou Ali Khamenei ao ditador nazista Adolf Hitler, dizendo que se Israel tivesse existido durante o Holocausto, e seus líderes soubessem que as FDI poderiam capturar e matar o líder nazista para impedir o Holocausto, teriam realizado a eliminação.
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Comentários (2)
Luiz Filho
21.06.2025 12:36Da boca pra fora o líder aceita o martírio, mas o bom mesmo é continuar com a boa vida e vivo.
Reca
21.06.2025 10:50O "bom velhinho" estimula os seus "capangas" e a população iraniana que se ofereça ao "martírio" se expondo aos israelenses, mas ele se esconde em buracos com sua família. A coragem parece não ser característica do "bom velhinho"...