Jihadistas avançam sobre subúrbios de Damasco
Ofensiva militar de rebeldes sírios ameaça derrubar o regime do ditador Bashar al-Assad
Forças rebeldes do movimento jihadista Hayat Tahrir al-Sham (HTS) tomaram neste sábado, 7, o controle de Quneitra, no Golã sírio, e de Sanamayn, a 20 km de Damasco, alcançando subúrbios da capital da Síria.
A ofensiva intensifica a pressão sobre o regime do ditador Bashar al-Assad (foto), com combates registrados em áreas estratégicas.
Em Homs, cidade central cercada desde sexta-feira, os insurgentes avançaram sobre pontos críticos que conectam Damasco à costa mediterrânea, onde estão localizadas bases militares russas.
Segundo Hassan Abdul-Ghani, líder do grupo jihadista Hayat Tahrir al-Sham, o HTS, a operação entrou em sua “fase final”.
Situação crítica na capital
O regime de Bashar al-Assad reforçou o cordão de segurança em torno da capital. O ministro do Interior, Mohamed al-Rahmun, garantiu que a defesa de Damasco é sólida, enquanto rebeldes, via Telegram, classificaram a declaração como “fake news”.
Moradores relatam tensão, com escassez de alimentos e forças de segurança nas ruas.
Fotos divulgadas nas redes sociais mostram ainda rebeldes celebrando a captura do aeroporto militar de Hama, enquanto atiradores do regime, sob ordens de Maher al-Assad, irmão do ditador Bashar al-Assad, ocupam telhados em Damasco.
Isolamento de Assad
O Exército sírio abandonou posições no sul para concentrar reforços em Homs e Damasco. Mais de mil soldados cruzaram para o Iraque, enquanto a Jordânia e o Líbano fecharam fronteiras com a Síria.
O Irã, como mostramos, anunciou a retirada parcial de tropas.
Especialistas apontam que Assad enfrenta isolamento crescente, com a oposição dominando a maioria do território sírio.
A guerra civil na Síria, que já dura mais de uma década, segue imprevisível, mas a ofensiva rebelde indica uma possível mudança decisiva no conflito.
“Não é nossa luta”
O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou neste sábado que os americanos não devem “se envolver” na situação da Síria.
“A Síria é um desastre, mas não é nossa amiga, e os Estados Unidos não deveriam ter nada a ver com isso. Esta não é a nossa luta. Vamos deixar evoluir. Não vamos nos envolver”, escreveu Trump no X.
Disse ainda que “os combatentes da oposição síria, em um movimento sem precedentes, assumiram o controle de várias cidades durante uma ofensiva muito bem coordenada e estão agora nos arredores de Damasco para realizar, evidentemente, uma grande operação para derrubar Al-Assad”.
A ofensiva do HTS
Uma insurgência do grupo jihadista Tahrir al-Sham (HTS), ex-braço da Al-Qaeda, contra a ditadura de Bashar al-Assad, na Síria, bagunçou o tabuleiro geopolítico de uma guerra civil que se considerava terminada em 2016, mas que agora parece interminável.
As forças terroristas já capturaram cidades como Aleppo, a segunda maior da Síria, e Hama, a terceira.
Agora, o objetivo do HTS é tomar a capital Damasco.
Para isso, antes, travarão uma batalha em Homs, onde já estão.
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