Ivan Sant’anna na Crusoé: Venezuela versus Guiana… Pode?
Em fevereiro de 1971, fiz parte da delegação do Fluminense Football Club que passou uma semana em Caracas, na Venezuela, disputando duas partidas da fase inicial da...
Em fevereiro de 1971, fiz parte da delegação do Fluminense Football Club que passou uma semana em Caracas, na Venezuela, disputando duas partidas da fase inicial da Copa Libertadores da América daquele ano.
Na oportunidade, vencemos o Deportivo Galicia por 4 a 1 e o Deportivo Italia por 6 a 0.
Só que o teor desta crônica não é sobre futebol e sim sobre o entrevero entre Guiana e Venezuela, provocado por esse segundo país.
Naquela ocasião em que estive em Caracas, o petróleo e seus derivados eram produtos de baixo valor.
Os preços só iniciariam um gigantesco bull market dois anos e meio mais tarde, em outubro de 1973, com a eclosão da guerra do Yom Kippur e consequente primeiro choque, provocado pelo embargo ao Ocidente.
Mesmo com gasolina barata (quase de graça para os venezuelanos), o país pouco se aproveitava da riqueza que jazia em seu subsolo.
Tudo lá era importado, desde escova de dente até eletrodomésticos. Havia Cadillacs por tudo quanto é canto, mesmo porque eles podiam importar carros usados dos Estados Unidos, coisa que o Brasil jamais permitiu.
Pois bem, os dois choques do petróleo enriqueceram diversos países do Oriente Médio, mas a Venezuela, mesmo sendo a detentora das maiores jazidas provadas do planeta, não aproveitou a oportunidade.
Pior: estatizou a indústria petrolífera, criando a PDVSA (Petróleos de Venezuela S/A), que prima pela ineficiência e por ser um cabide de emprego para os parentes e apadrinhados dos governantes.
Com o passar do tempo e o advento do chavismo, isso só veio piorar. Tanto é assim que, com toda sua reserva petrolífera (300 bilhões de barris), o país é apenas o 22º produtor mundial, um quarto da extração brasileira.
Nos últimos anos, surgiu um fenômeno no mercado de hidrocarbonetos. Trata-se da Guiana (antiga Guiana Inglesa), o país que mais cresce no mundo e detém a maior reserva e a maior produção per capita (são apenas 800 mil habitantes) do planeta, produção essa extraída pela ExxonMobil.
Agora, o ditador da Venezuela…
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