“Israel venceu a guerra; o Ocidente está perdendo a sua”
Douglas Murray, escritor britânico, analisa como Israel obteve vitórias militares enquanto o antissemitismo cresce no Ocidente
O escritor britânico Douglas Murray publicou no portal The Free Press o ensaio “A guerra que Israel venceu — e a que o Ocidente está perdendo”, nesta segunda, 6.
Ele argumenta que desde 7 de outubro de 2023 há “duas guerras”: a militar travada por Israel e a cultural e política travada contra judeus em países ocidentais.
Murray recorda a teoria de Carl von Clausewitz, segundo a qual exércitos devem atacar o “centro de gravidade” do inimigo.
Ele reconhece ter sido corrigido por uma leitora: “Eles nos atingiram no centro de gravidade, não militarmente, mas na alma.”
Para o autor, o massacre de 7 de outubro foi tanto uma atrocidade militar quanto um golpe psicológico no sentido existencial do Estado judeu.
O texto sustenta que Israel respondeu com estratégia e resultados concretos.
O país destruiu a liderança do Hamas, incluindo Yahya Sinwar, e neutralizado o arsenal do Hezbollah no Líbano, após a chamada “operação dos pagers”, descrita por analistas como uma das ações mais brilhantes e eficientes da inteligência israelense. Hassan Nasrallah, líder do Hezbollah, morreu num ataque em Beirute.
Murray escreve que, após a ofensiva em Gaza e no Líbano, Israel voltou-se contra o principal financiador dos grupos: o Irã.
Em uma campanha de 12 dias, as Forças de Defesa de Israel atingiram instalações nucleares e enfraqueceram o regime dos aiatolás. Segundo o autor, o programa atômico iraniano “foi retardado e o regime, abalado”.
Ele afirma que, no momento da escrita, “o que sobrou do Hamas” negocia um cessar-fogo que incluiria a libertação dos reféns e o fim do controle do grupo sobre Gaza.
Murray chama o resultado de “conquista histórica” e elogia a “cautela e sabedoria” da liderança israelense por alcançar seus objetivos de guerra.
O ensaio adverte que a segunda guerra, a simbólica e moral, está sendo perdida.
Desde 7 de outubro, afirma o autor, o antissemitismo e o ódio antijudaico voltaram a se espalhar em países antes considerados seguros.
Ele cita ataques recentes em Washington, Boulder e Manchester, onde judeus foram mortos ou feridos em ações de motivação ideológica.
Para Murray, a hostilidade atingiu também universidades, meios culturais e governos.
Ele descreve a adesão de parte da elite ocidental à narrativa de que Israel comete “genocídio” em Gaza e critica a “transformação de Israel em pária e dos judeus em culpados universais”.
O autor aponta a mudança diplomática de potências ocidentais — como França, Reino Unido, Austrália e Canadá — que reconheceram o Estado da Palestina em 2025, o que interpreta como “recompensa à agressão do Hamas”.
Ele menciona manifestações violentas em Milão e Londres e a prisão de um manifestante iraniano que carregava um cartaz declarando “Hamas é terrorista”.
Murray descreve também a propagação de teorias conspiratórias antissemitas, como as que circularam após o assassinato do comentarista americano Charlie Kirk.
Mesmo após a prisão de um suspeito, alguns influenciadores atribuíram o crime a Israel, o que o autor vê como evidência de um “prazer em ver judeus acuados”.
Apesar do pessimismo, ele identifica um movimento oposto de fortalecimento espiritual entre judeus e cristãos.
Menciona amigos que passaram a estudar hebraico, frequentar sinagogas e retomar a leitura das Escrituras.
Ao citar o livro de Eclesiastes e o poeta Yehuda Amichai, conclui com um apelo simbólico: “Não perder o próprio centro de gravidade, por mais que os inimigos tentem.”
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Comentários (1)
Marian
07.10.2025 09:39Deixe qualquer pessoa entrar na sua casa, para ver o que acontece. Abrigar é dever de todos, sou favorável ao acolhimento, mas com cuidado.