“Israel está fazendo um favor à Europa, mas não espere agradecimento”
Ex-ministro britânico da Defesa diz que Israel está protegendo a Europa ao atacar o Irã, enquanto aliados fingem neutralidade por medo

O britânico Grant Shapps, ex-ministro da Defesa do Reino Unido, publicou nesta segunda, 16, no The Jewish Chronicle, artigo intitulado “Israel está fazendo um favor à Europa. mas não espere agradecimento”.
Ele argumenta que os ataques de Israel contra o programa nuclear iraniano são, na prática, uma proteção indireta à Europa embora nenhum país europeu reconheça isso publicamente.
“Israel está comprando tempo que sanções, resoluções e cartas jamais compraram.” Para o autor, destruir as centrífugas iranianas hoje significa evitar uma corrida armamentista no Oriente Médio amanhã, com impacto direto sobre a segurança da Europa.
Shapps compara os líderes ocidentais a figurantes de filme que imploram ao herói que não corte o fio errado: “Esta semana, os espectadores são ministros de gabinete e líderes mundiais apavorados com a possibilidade de pilotos israelenses finalizarem o trabalho no programa nuclear iraniano.”
Ele afirma que o discurso pacifista ignora a urgência da ameaça nuclear representada por Teerã.
“Vamos admitir o que os comunicados diplomáticos apenas sussurram: o Irã não está enriquecendo urânio para ganhar uma feira de ciências.”
O autor lembra que o Irã já acumula material suficiente para fabricar bombas e que seus mísseis alcançam capitais europeias, o que configura uma ameaça real e imediata.
O artigo descreve o apoio do Irã a terroristas em toda a região: “Toda vez que você traça o mapa da miséria regional, encontra as digitais de Teerã.”
Hezbollah no Líbano, Hamas em Gaza, milícias xiitas no Iraque e houthis no Iêmen são, segundo Shapps, “franquias” da Guarda Revolucionária Iraniana. “Os aiatolás transformaram o terror em um iFood geopolítico.”
Nesse contexto, ele considera absurdo o pedido para que Israel se contenha: “Sugerir que Israel deva ser contido é como silenciar o cão de guarda enquanto o ladrão monta explosivos no bairro.”
Embora reconheça que bombardeios não são formas ideais de diplomacia, diz que permitir ao Irã concluir seu programa nuclear seria “uma calamidade com liberação programada.”
Shapps reforça que a atuação de Israel beneficia inclusive aqueles que não apoiam publicamente suas ações: “Menos ogivas significa menos riscos em 2030. Isso é um favor a toda capital europeia, mesmo que nenhuma tenha coragem de agradecer.”
O ex-ministro lembra que, quando ocupava o cargo, autorizou caças britânicos a derrubarem drones e mísseis iranianos lançados contra Israel: “A instrução não foi altruísmo, foi puro interesse nacional.”
Ele insiste que um ataque contra uma democracia no Oriente Médio representa um alerta para todas as democracias ocidentais.
Por fim, critica a postura do governo britânico atual: “A recusa em apoiar Israel neste momento-chave da história é mais que timidez; é vandalismo estratégico.”
Para Shapps, a hesitação de Londres sinaliza fraqueza e incentiva o Irã a reforçar seu programa nuclear em locais ainda mais protegidos.
“O fio está ao vivo, e só Jerusalém tem mãos firmes o bastante para puxá-lo.” Ele conclui que, se os aliados continuarem inertes, “historiadores não vão aplaudir nossa moderação — vão registrar que deixamos uma ogiva nuclear iraniana na porta da Europa.”
O texto defende abertamente o uso preventivo da força contra o Irã como forma de defesa do Ocidente, questionando a passividade dos aliados europeus diante do avanço do programa nuclear iraniano.
Quem é Grant Shapps
Grant Shapps é político britânico, filiado ao Partido Conservador.
Foi ministro da Defesa do Reino Unido entre 2023 e 2024, além de ter chefiado outras pastas como transportes e energia.
É conhecido por seu posicionamento pró-Israel e pela defesa de políticas de segurança duras contra ameaças no Oriente Médio.
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Comentários (3)
Rosa
16.06.2025 11:32Mario Sabino já tinha dito isso....
mario de faria gomes
16.06.2025 08:59Concordo com o raciocinio de Mr Shapps, e como consequencia positiva também vai desarmar a Russia dos drones fornecidos pelo Irã usados na guerra contra a Ucrania.
Marcia Elizabeth Brunetti
16.06.2025 07:41Gostei como este sr. Grant Shapps mandou a mensagem ao ocidente. Espero que surta efeito, poie ele foi incisivo e bem direto sobre as consequências de um Irã armado.