Isenção de tarifas para eletrônicos pode ser revista, diz secretário de Trump
Na sexta-feira, o governo dos EUA anunciou a isenção de smartphones, laptops e outros eletrônicos das chamadas “tarifas recíprocas”

O secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick (à direita na foto), afirmou neste domingo, 13, que a isenção tarifária para eletrônicos como smartphones e laptops pode durar pouco. Segundo ele, esses produtos devem ser reavaliados dentro de até dois meses como parte de uma investigação sobre semicondutores, o que pode levar à imposição de novas tarifas.
A declaração foi feita dois dias depois de o governo de Donald Trump anunciar uma lista de isenções para eletrônicos importados da China.
A medida, publicada na sexta-feira, 11, pela Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA, retirou da cobrança tarifas que vinham sendo aplicadas a eletrônicos como celulares, modems, TVs de tela plana, chips e pen drives. A decisão representou um alívio temporário para empresas como Apple, Nvidia e Dell, cujas ações vinham sendo pressionadas pela escalada da guerra comercial.
Em entrevista ao programa This Week, da rede ABC, Lutnick disse que a trégua pode ser breve.
“Esses produtos estão fora das tarifas recíprocas, mas ainda entram nas tarifas de semicondutores, que devem entrar em vigor em um ou dois meses”, afirmou.
Ele acrescentou que os EUA não podem depender exclusivamente do Sudeste Asiático para a produção desse tipo de produto e defendeu a repatriação da indústria de tecnologia.
“Precisamos fabricar chips, telas planas e eletrônicos aqui”, disse.
O conselheiro Peter Navarro, outro membro da equipe econômica de Trump, também falou neste domingo sobre a estratégia comercial do governo, durante participação no Meet the Press, da NBC.
Ao ser questionado sobre a confiança do consumidor e os impactos das tarifas, Navarro disse que a situação está sob controle e que diversos países estariam buscando acordos comerciais com os EUA. No entanto, mencionou apenas uma pequena lista de negociações em andamento.
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Isenção de eletrônicos
A medida dos EUA, anunciada na sexta-feira, 11, pelo governo Donald Trump, exclui produtos eletrônicos de consumo de tarifas que chegavam a 145% sobre importações da China — principal polo de fabricação de itens como iPhones e notebooks.
Segundo dados do US Census Bureau, os smartphones foram os produtos mais importados da China em 2024, somando US$ 41,7 bilhões, seguidos pelos laptops, com US$ 33,1 bilhões.
A decisão beneficia gigantes da tecnologia como Apple, Nvidia e Dell, e abrange 20 categorias de produtos, incluindo semicondutores, chips de memória e monitores de tela plana. De acordo com a Bloomberg, esses itens têm produção limitada nos EUA, e a substituição por fabricantes locais exigiria anos de investimentos.
Apesar do alívio para o setor, autoridades americanas afirmaram que a isenção pode ser temporária. A suspensão das tarifas, segundo estimativas do Rand China Research Center, envolve cerca de US$ 390 bilhões em importações, sendo mais de US$ 100 bilhões provenientes da China.
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Comentários (1)
Denise Pereira da Silva
13.04.2025 15:22Donald Trump está fazendo o mundo, e sobretudo os norte-americanos, de ratos de laboratório. O que colar, colou. Mas acho que nessa ele se lascou feio.