Irã aprova fechamento do Estreito de Ormuz após bombardeios dos EUA
Localizado entre o Irã e Omã, o estreito é uma das principais rotas do comércio global de petróleo

O Parlamento do Irã aprovou neste domingo, 22, o fechamento do Estreito de Ormuz, em resposta aos ataques ordenados pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra instalações nucleares iranianas. A medida, segundo a mídia estatal, ainda precisa ser validada pelo Conselho Supremo de Segurança Nacional e ratificada pelo aiatolá Ali Khamenei para entrar em vigor.
Localizado entre o Irã e Omã, o estreito é uma das principais rotas do comércio global de petróleo. Cerca de 30% do petróleo transportado no mundo passa por essa via marítima. Um eventual bloqueio pode ter impactos imediatos nos preços internacionais da commodity.
A segurança da região é responsabilidade dos Estados Unidos, por meio da 5ª Frota da Marinha americana, baseada no Bahrein. Com a escalada do conflito entre Irã e Israel, agências marítimas já orientaram navios petroleiros a redobrarem a cautela ao transitar pelo estreito.
Ao longo dos últimos anos, o Irã já ameaçou bloquear o Estreito de Ormuz em várias ocasiões, mas nunca levou a medida adiante. Um dos episódios mais recentes foi em 2019, quando Trump retirou os EUA do acordo nuclear com Teerã.
A importância do Estreito de Ormuz
Conhecido como a “artéria” do comércio mundial de petróleo, o Estreito de Ormuz liga o Golfo Pérsico ao Golfo de Omã e ao Mar da Arábia. Em sua parte mais estreita, tem apenas 33 km de largura, com canais de navegação de 3 km em cada direção.
Entre 17,8 e 20,8 milhões de barris por dia de petróleo passaram pelo estreito entre 2022 e maio de 2025, segundo a plataforma de rastreamento marítimo Vortexa.
Países como Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Irã, Kuwait e Iraque — todos membros da OPEP — utilizam a rota para exportar petróleo, especialmente para a Ásia.
Embora alguns países, como Arábia Saudita e Emirados Árabes, estejam investindo em rotas alternativas, a dependência da passagem é alta. O Catar, por exemplo, envia quase todo o seu gás natural liquefeito pelo estreito.
Segundo a Administração de Informação de Energia dos EUA, oleodutos alternativos nos países produtores têm capacidade ociosa estimada em 2,6 milhões de barris por dia — volume insuficiente para compensar um bloqueio total da via marítima.
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Comentários (3)
Marian
22.06.2025 21:14É muito difícil conseguir.
Marian
22.06.2025 21:12É muito difícil conseguir.
Eduardo Saviniano Brum Infantini
22.06.2025 17:24Um país sem condições de controlar seu espaço aéreo não tem condições de bloquear um estreito que ele domina somente uma margem.Existe uma poderosa frota ali para fazer o que se tornar necessário.