Imagens de satélite mostram instalação nuclear iraniana após ataque dos EUA
Fordow, uma instalação subterrânea de enriquecimento de urânio, foi construída dentro de uma montanha próxima à cidade de Qom

Imagens de satélite mostram os efeitos do bombardeio lançado pelos Estados Unidos contra a instalação nuclear de Fordow, no Irã. O ataque fez parte da chamada “Operação Martelo da Meia-Noite”, realizada na noite de sábado, 21, e também atingiu os complexos de Natanz e Isfahan.
Segundo o general da Força Aérea Dan Caine, presidente do Estado-Maior Conjunto, “todos os três locais sofreram danos e destruição extremamente severos”.
Em coletiva no Pentágono, neste domingo, ele afirmou que a extensão dos estragos ainda será avaliada com mais precisão ao longo dos próximos dias.
Fordow, uma instalação subterrânea de enriquecimento de urânio, foi construída dentro de uma montanha próxima à cidade de Qom, a cerca de 100 quilômetros ao sul de Teerã. As imagens de satélite mostram estruturas visivelmente danificadas no local.
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) informou que não houve aumento nos níveis de radiação após os bombardeios.
“A AIEA pode confirmar que, até o momento, não foi registrado aumento nos níveis de radiação fora dos locais atingidos”, escreveu a agência em publicação na rede X, neste domingo.
Maior operação da história com bombardeiros B-2
Segundo Caine, a ofensiva de sábado foi “a maior operação com B-2 da história dos Estados Unidos”.
A missão mobilizou mais de 125 aeronaves, entre elas sete bombardeiros furtivos B-2, caças de quarta e quinta geração, dezenas de aviões-tanque, um submarino lançador de mísseis e uma frota de aeronaves de inteligência e reconhecimento.
As forças americanas lançaram cerca de 75 munições guiadas de precisão, incluindo 14 bombas GBU-57, de 13,6 toneladas cada. Foi a primeira vez que esse tipo de armamento — projetado para destruir instalações subterrâneas — foi utilizado em combate.

Imagens mais detalhadas divulgadas pela Maxar Technologies mostram ao menos seis perfurações na encosta da montanha de Fordow. Essas marcas foram provocadas pelas GBU-57, capazes de penetrar até 60 metros de profundidade antes de explodirem.
Antes e depois

Outras imagens obtidas pela empresa Planet Labs, citadas pelo The New York Times, indicam mudanças visíveis no terreno: buracos, nuvens de poeira e marcas circulares sugerem que bombas do tipo bunker-buster atingiram pontos estratégicos da instalação. As imagens mostram o complexo em dois momentos — antes do ataque, em 2 de junho, e depois, neste domingo, já com sinais claros de destruição.

Ainda assim, algumas construções de apoio, como um edifício branco usado em operações logísticas, parecem ter permanecido intactas.
Considerado um dos centros mais sensíveis do programa nuclear iraniano, Fordow já era um alvo prioritário de Washington.
“Fordow se foi”, diz Trump
No sábado à noite, o presidente Donald Trump comemorou o bombardeio em publicação na rede Truth Social.
“Fordow se foi. Concluímos com muito sucesso nosso ataque aos três locais nucleares no Irã, incluindo Fordow, Natanz e Esfahan”, escreveu.
Trump afirmou que uma carga completa de bombas foi lançada sobre a instalação e que as aeronaves americanas “já deixaram o espaço aéreo iraniano”.
Em discurso posterior, acrescentou: “Parabéns aos nossos grandes guerreiros americanos. Não há outro exército no mundo que pudesse ter feito isso. Agora é a hora da paz!”
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Comentários (1)
Avelar Menezes Gomes
22.06.2025 15:24Se por um lado um lado essa ação é positiva por desmantelar as instalações de uma nação hoje dominada por incentivadores do terrorismo, por outro lado é assustador ver como os EUA se põem acima de qualquer tipo de restrição legal, tanto interna quanto externamente. E com os conceitos fluidos de democracia que permeiam a mentalidade do atual governo, todos podemos nos sentir ameaçados. Hoje foi o Irã, amanhã poderá ser a Groenlandia, ou qualquer um que a megalomania trumpista de repente cismar.