Hanson: a Alemanha está cometendo “suicídio nacional”
O historiador americano afirma que a Alemanha está em um caminho autodestrutivo ao demonizar a oposição política e adotar políticas energéticas e migratórias desastrosas

O historiador americano Victor Davis Hanson publicou nesta quarta, 8, artigo intitulado “Alemanha está cometendo ‘suicídio nacional’” no portal The Daily Signal.
O autor critica duramente o governo alemão por classificar o partido Alternativa para a Alemanha (AfD), de direita, como uma “organização de extrema-direita perigosa”, o que, em sua visão, é uma tentativa de demonizar o partido e impedir que ele participe de qualquer coalizão de governo.
“O processo de jogar no ostracismo e demonizar desse partido continua”, escreveu.
Hanson argumenta que a AfD representa uma alternativa ao rumo que o país está seguindo, especialmente em relação à política energética e à imigração.
Ele destaca que a Alemanha desativou suas usinas nucleares e investiu pesadamente em energia solar, o que resultou em custos de eletricidade quatro vezes maiores do que os dos Estados Unidos. “Como alguém poderia confiar em energia solar na Alemanha?”, questiona.
O autor também critica a relação da Alemanha com a China.
Segundo ele, o país se tornou dependente da exportação de veículos elétricos e painéis solares para o mercado chinês, apenas para ver a China dominar essas indústrias, fabricando produtos semelhantes a custos mais baixos e prejudicando as exportações alemãs.
“Eles não pensaram que a China faria com eles o que fez conosco uma década antes”, observa.
Hanson aponta que a política de fronteiras abertas da Alemanha trouxe ao país milhões de imigrantes do Oriente Médio, muitos dos quais, segundo ele, não têm intenção de assimilar a cultura alemã.
Ele ressalta que cerca de 16% a 18% da população alemã atual não nasceu no país, sendo a maioria muçulmana, e que isso está criando um choque cultural significativo. “Não acho que sejam refugiados – são imigrantes ilegais”, escreve.
O historiador lembra que a Alemanha já foi o “motor econômico” da União Europeia e que, durante a Guerra Fria, a Alemanha Ocidental tinha um dos exércitos mais fortes da OTAN, com mais de 400 mil soldados.
No entanto, ele lamenta que o país tenha “praticamente se desarmado” e que não consiga cumprir seus compromissos militares, inclusive no apoio à Ucrânia.
Para Hanson, a resposta adequada seria a Alemanha investir novamente em energia nuclear, fortalecer suas fronteiras, exigir que os imigrantes legais se integrem à sociedade alemã e adotar uma posição mais crítica em relação à China.
Ele critica o fato de que qualquer partido que defenda essas ideias, como a AfD, seja imediatamente demonizado. “E o resultado é o suicídio nacional”, conclui.
Como mostrado na revista Crusoé, em reportagem intitulada “O que realmente pensa a AfD”, o partido Alternativa para a Alemanha é uma força política que combina críticas severas à política de imigração do governo, ceticismo em relação à União Europeia e defesa de uma política energética menos dependente de fontes renováveis.
Fundada em 2013, a AfD passou de um movimento eurocético para uma força nacional, com forte presença no Parlamento alemão e apoio crescente em regiões da antiga Alemanha Oriental.
Quem é Victor Davis Hanson
Victor Davis Hanson é historiador e comentarista americano, especializado em história militar e política internacional.
Professor emérito da Universidade Estadual da Califórnia e pesquisador sênior do Instituto Hoover da Universidade Stanford, Hanson é autor de diversos livros, incluindo The Case for Trump e Carnage and Culture.
Conhecido por suas opiniões conservadoras, escreve regularmente para veículos como The Daily Signal e National Review.
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