O Hamas iniciou consultas para nomear um novo líder após a morte de Ismail Haniyeh (foto), chefe da ala política do grupo terrorista.

Em uma declaração divulgada no sábado, 3 de agosto, o Hamas anunciou que seu núcleo político e o Conselho Shura – o principal órgão consultivo do grupo – convocaram reuniões urgentes para discutir a escolha de um sucessor de Haniyeh.

Especialistas acreditam que os dois favoritos para substituir Haniyeh são Khaled Mashaal, membro fundador do núcleo político do Hamas que comandou o grupo terrorista entre 2004 e 2017, e Khalil al-Hayya, uma figura poderosa dentro do Hamas que era próxima do líder assassinado.

Quando Haniyeh foi eleito pela primeira vez para chefiar o escritório político do Hamas, ele ficou na Cidade de Gaza, mas depois se mudou com familiares para Doha, no Catar.

Ismail Haniyeh morreu em uma explosão no Teerã, capital iraniana, na manhã de quarta-feira, 31 de julho. Ele havia comparecido à posse do recém-eleito presidente iraniano Masoud Pezeshkian — o vice de Lula, Geraldo Alckmin, também estava presente. 

A reunião de terça, 30, com o líder supremo Ali Khamenei, principal financiador do Hamas, foi um dos últimos atos de Haniyeh. Quando ele estava no quarto do alojamento que o Irã lhe reservou, uma bomba instalada dois meses antes explodiu, matando Haniyeh e seu guarda-costas. 

A eliminação de Haniyeh é a baixa mais importante do alto escalão do Hamas desde o início do atual conflito aberto em Gaza, após os atentados de 7 de outubro. Ele comandava a ala política do Hamas desde 2017.

Vida de luxo no Catar

Ismail Haniyeh tinha uma vida de luxo no Catar, enquanto a população palestina em Gaza enfrenta condições extremas de pobreza.

Estima-se que ele possuía uma fortuna de aproximadamente 4 bilhões de dólares, acumulada por meio de doações internacionais, extorsão e investimentos imobiliários. Haniyeh vivia no Catar, desfrutando de um estilo de vida opulento e sendo visto em hotéis de luxo em Doha, como o Four Seasons.

Enquanto isso, mais de 65% da população de Gaza vivem na pobreza, sofrendo de insegurança alimentar e infraestrutura precária, afetando 90% dos residentes. A taxa de desemprego chega a 47%, e muitos dependem de ajuda humanitária para sobreviver.