Hamas enfrenta um colapso financeiro no meio da guerra contra Israel e já não tem recursos suficientes para pagar seus integrantes, segundo informações obtidas pelo The Wall Street Journal com fontes de inteligência árabes.

Antes do início da guerra, o grupo terrorista recebia cerca de US$ 15 milhões por mês do governo do Catar e ainda levantava aproximadamente US$ 500 milhões por ano em doações e repasses internacionais, com destaque para a atuação de aliados na Turquia.

A maior parte desses fundos circulava em dinheiro vivo e alimentava tanto a estrutura militar como o aparato civil do Hamas na Faixa de Gaza.

O enfraquecimento do fluxo financeiro começou com os ataques israelenses que miraram diretamente os quadros do Hamas responsáveis pela distribuição de recursos.

Além disso, a suspensão da ajuda humanitária por parte de Israel, que vinha sendo sistematicamente desviada pelo grupo, intensificou a crise.

Segundo autoridades israelenses, árabes e ocidentais citadas no relatório, o Hamas explorava o socorro humanitário para ampliar sua arrecadação: cobrava impostos de comerciantes, vendia suprimentos doados e manipulava o mercado local para obter lucro.

A trégua de janeiro, firmada com base em um acordo de cessar-fogo e troca de reféns, chegou a aumentar a entrada de ajuda externa, mas tudo foi interrompido em março, com o fechamento das rotas por decisão do governo de Israel.

O impacto direto da crise é sentido na Faixa de Gaza, onde funcionários públicos não recebem mais seus salários, e os próprios terroristas do Hamas passaram a ter seus pagamentos reduzidos.

O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, afirmou que a entrada de ajuda humanitária poderá ser retomada em breve, mas será realizada exclusivamente por empresas privadas, sem intermediação do Hamas.