Cerca de 110 mil manifestantes reuniram-se neste sábado, 7 de setembro, para protestar contra a nomeação de Michel Barnier para o cargo de primeiro ministro, que a esquerda tem chamado de “golpe de Macron”

Enquanto o novo primeiro-ministro Michel Barnier continua as suas consultas em Matignon para formar o governo, as oposições já avançam com as suas ameaças de moção censura. É o caso do ex-presidente François Hollande que declarou na manhã dessa segunda-feira, 9 de setembro, que votará pela censura a Michel Barnier:

“Quando um governo vai ser de direita, com políticas de direita, apoiado pela extrema direita, como é que se espera que os homens e as mulheres de esquerda participam dele? Ainda precisamos pensar no que acontecerá a seguir”, acrescentou.

Hollande considera que o processo iniciado por Emmanuel Macron ao dissolver a Assembleia Nacional resultou “na extrema direita que voltou pela janela quando tinha sido empurrada pela porta”.

François Hollande diz que não é a pessoa de Michel Barnier que está sendo posta em causa: “Conheço-o, tenho respeito pelo que ele foi capaz de fazer a nível europeu e até a nível nacional”. Mas “é um governo de direita, e que só depende para a sua vida da boa vontade da extrema direita”.

Le Pen detém “a chave para a longevidade deste governo”

O vice-presidente do Rassemblement National (RN), por sua vez, indicou, tal como outros executivos do partido, que estava colocando o primeiro-ministro “sob vigilância”.

A presidente da Câmara de Paris, Anne Hidalgo (Partido socialista) estimou que Marine Le Pen detinha “a chave para a longevidade deste governo”. Ela desempenhou “um papel significativo” na nomeação deste último.

Questionada sobre o futuro governo, ela não diz se estará na oposição. “Penso que o governo de Michel Barnier, por quem tenho respeito, será um governo de direita. Michel Barnier não esconde isso. Michel Barnier é um homem da direita republicana, que conhece os territórios”.

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