França emite mandado de prisão contra Assad
Ditador deposto é alvo de investigação pela morte de cidadão franco-sírio em 2017

A justiça francesa emitiu um mandado de prisão contra o ditador deposto da Síria Bashar Assad pelos crimes cometidos durante o seu regime e pela morte de um cidadão franco-sírio em 2017.
O ministro francês de Negócios Estrangeiros, Jean-Noel Barrot, que esteve em Damasco no início deste ano, afirmou que “os crimes cometidos na prisão de Sednaya não devem ficar impunes“:
“A França está e continuará a ser mobilizada para garantir que seja feita justiça aos sírios”, disse.
Assad e sua família fugiram para a Rússia antes dos rebeldes do Tahrir al-Sham (HTS) derrubar a ditadura.
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Investigação
Segundo a Procuradoria Nacional Antiterrorismo (PNAT) da França, Assad já havia recebido sido alvo de um mandado de prisão pela morte do cidadão franco-sírio Salah Abou Nabour em junho de 2017.
Naquele ano, as autoridades abriram uma investigação para apurarem o bombardeio à casa de Nabour em Daraa por helicópteros do Exército sírio. Para a justiça francesa, Assad foi o responsável por ser o comandante das forças armadas do seu país.
Além dele, outros seis funcionários do alto escalão do exército sírio são alvos de mandados de prisão.
“Este caso representa o culminar de uma longa luta pela justiça, na qual eu e a minha família acreditámos desde o início“, disse o filho da vítima, Omar About Nabout.
Visita a Sednaya
Barrot e a ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Barbock, visitaram a prisão de Sednaya, considerada o ‘matadouro de Assad’, acompanhados dos Capacetes Brancos.
Segundo o ministro francês, conhecer a prisão deixou todos “chocados com as condições brutais em que os detidos lá viviam”.
“E eu digo que não pode haver justiça sem responsabilização“, disse.
De acordo com a Anistia Internacional, mais de 10 mil sírios foram vítimas de torturas e maus-tratos no sistema prisional, que era comandado pela polícia do regime.
Segundo os Capacetes Brancos, a prisão “mantinha milhares de indivíduos inocentes detidos pelo regime de Assad”.
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