EUA exigem libertação de ganhadora de Nobel presa no Irã
Mohammadi está livre temporariamente, pelo período de três semanas, para a remoção de um tumor benigno
Os Estados Unidos pediram nesta quinta-feira, 5, a libertação imediata e incondicional da iraniana Narges Mohammadi, vencedora do Prêmio Nobel da Paz, detida desde 2021 pela ditadura do Irã.
Mohammadi está livre temporariamente, pelo período de três semanas, para a remoção de um tumor benigno.
O porta-voz do Departamento de Estado americano, Vedant Patel, afirmou que ela “nunca deveria ter ficado na prisão”.
Segundo Patel, a saúde de Mohammadi piorou no período de encarceramento:
“A deterioração da sua saúde é uma consequência direta do que ele teve de suportar nas mãos do regime iraniano. Apelamos mais uma vez à libertação imediata e incondicional de Narges e dos outros presos políticos“, disse.
As condenações e o prêmio
Mohammadi foi condenada por várias vezes e encarcerada devido sua luta contra a obrigatoriedade do uso de véus para mulheres e por se opor à pena de morte.
Ela está presa desde novembro de 2021 em Teerã e passou grande parte dos últimos dez anos atrás das grades.
Em 2023, seu trabalho foi reconhecido internacionalmente com a concessão do Prêmio Nobel da Paz.
Opressão sobre as mulheres
Desde a Revolução Islâmica de 1979, o Irã impõe um rígido código de vestimenta às mulheres, exigindo que elas cubram os cabelos em público.
Uma agência governamental iraniana planeja a inauguração de uma controversa “clínica do hijab”. Essa iniciativa ocorre em meio a um crescente número de jovens mulheres no Irã que resistem às rigorosas normas religiosas de vestimenta, recusando-se a usar o véu islâmico, conhecido como hijab.
De acordo com informações do portal de notícias Iranwire, baseado em dados oficiais, o regime iraniano atribui a resistência em usar o hijab a problemas psicológicos ou à influência ocidental.
A clínica será instalada na capital, Teerã. A mensagem implícita das autoridades é clara: o desafio das mulheres não é visto como uma escolha consciente, mas como um problema passível de tratamento médico.
Governo Lula se omite
Não é de agora que o governo Lula (PT), apesar de discursar em favor dos direitos das mulheres, evita condenar o Irã pelas violações de direitos humanos.
Em 20 de novembro, a delegação brasileira se absteve de condenar o regime pelos recorrentes episódios de repressão contra mulheres e pelas penas de morte em Teerã no último encontro da Organização das Nações Unidas (ONU),
A resolução da condenação foi proposta por países da União Europeia e Estados Unidos, tendo apoio de 77 nações.
Todos os integrantes do grupo dos Brics acompanharam o Brasil na decisão de não condenar as ações do regime iraniano. Ao todo, 66 países decidiram pela abstenção.
O Itamaraty não emitiu nenhum comunicado para justificar o voto.
Leia também: Brasil se abstém de condenar Irã na ONU por repressão a mulheres
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