A câmara disciplinar da Ordem dos Médicos da França proibiu o médico francês Didier Raoult (foto), também conhecido como Dr. Cloroquina, de exercer a profissão por dois anos, conforme publicou o jornal Le Parisien na quinta-feira, 3.

Considerado o “guru da cloroquina”, ele foi o primeiro a defender o uso do medicamento no tratamento de Covid.

A punição começa a valer a partir de 1 de fevereiro de 2025.

Violação do código de saúde pública

Por incentivar a prescrição de um tratamento à base de hidroxicloroquina contra a Covid sem dados científicos confiáveis, Raoult foi acusado de ter violado o código francês de saúde pública.

Em dezembro de 2021, a câmara disciplinar fez uma advertência a Raoult, mas a punição foi considerada muito branda em face “à gravidade das infrações”.

Em recurso, a câmara disciplinar decidiu que “o professor Raoult não baseou as suas posições públicas em dados confirmados, não exerceu cautela e promoveu um tratamento insuficientemente testado”.

Contudo, a entidade considerou que o médico não fazia com que os seus pacientes corressem “um risco injustificado”, já que a prescrição da hidroxicloroquina respeitava as doses habitualmente recomendadas e “excluía conscientemente os pacientes que apresentaram os maiores fatores de risco”.

A decisão é de 2 de outubro, mas só foi tornada pública na quinta, 3.

Charlatanismo

O Conselho Nacional da Ordem dos Médicos da França (CNOM) denunciou Rault e outros cinco médicos em dezembro de 2020 por realizarem comentários controversos sobre a pandemia de Covid.

O conselho se associou a uma ação que acusava o médico de charlatanismo.

Em janeiro de 2021, Didier Raoult admitiu que a cloroquina não reduzia a mortalidade ou agravamento da Covid pela primeira vez.

A declaração foi realizada em uma carta publicada no site do Centro Nacional de Informações sobre Biotecnologia, da França.

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