Crusoé: O que Mujica disse agora sobre a Venezuela
O ex-presidente uruguaio disse que o que mais lhe irrita é quando ditadores, como Nicolás Maduro, "brincam de democracia e depois trapaceiam"
Ídolo da esquerda latino-americana, o ex-presidente uruguaio José Pepe Mujica (foto) afirmou, em entrevista à agência de notícias AFP, que o que mais lhe irrita é quando ditadores, como o venezuelano Nicolás Maduro e o nicaraguense Daniel Ortega, “brincam de democracia e depois trapaceiam”.
“Isso é insuportável”, disse o uruguaio.
Para ele, “o autoritarismo na América Latina é um passo para trás”.
“Nós o vivemos historicamente quando os Estados Unidos se intrometeram em todos os lugares. Mas agora também estamos atrapalhando”, acrescentou.
No poder desde 2013, Maduro realizou em julho uma farsa eleitoral para se perpetrar no poder, intensificando a repressão a seus opositores.
Na Nicarágua, a Assembleia Nacional aprovou, em 21 de novembro, uma reforma constitucional para ampliar os poderes do casal Daniel Ortega e Rosario Murillo.
Regimes autoritários
À AFP, Mujica afirmou discordar dos regimes autoritários, mas defendeu que os problemas de cada país sejam solucionados internamente.
“Tenho uma discordância íntima com regimes autoritários. O que eu não apoio é a intervenção externa. Os problemas da Venezuela devem ser resolvidos pelos venezuelanos. E, de qualquer forma, eles devem ser ajudados. Mas não interfiram.”
Sobre a Venezuela, Mujica disse que haverá “alguma revolução” no país em “algum momento”.
Enquanto a revolução na Venezuela não acontece, já que Maduro mantém o controle sobre as Forças Armadas, a ditadura venezuelana mantém 1.903 presos políticos, segundo dados da ONG Foro Penal.
O que pensa o presidente uruguaio eleito sobre Venezuela
Discípulo de Mujica, o presidente eleito do Uruguai, Yamandú Orsi, já disse que a Venezuela é uma ditadura.
“Se não há liberdade, não consigo imaginar uma democracia. Portanto, um país é democrático se há liberdade na hora de eleger. Tenho um ponto fraco, que é o meu gosto pela história. Estudei, porque gosto, as ditaduras da América Latina…
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