Crusoé: “O bloco do cambalacho”
Desde os tempos coloniais, o vice-reinado do Rio da Prata, parte do qual viria a se tornar a Argentina atual, ocupa um lugar especial nas relações exteriores do Brasil. Os patacões espanhóis, moedas de prata de 600 réis, eram uma espécie de “moeda comum”, alimentando o contrabando entre os impérios português e espanhol. No século XIX, a influência britânica levaria à adoção da libra, que no século seguinte seria substituída pelo dólar americano...
Desde os tempos coloniais, o vice-reinado do Rio da Prata, parte do qual viria a se tornar a Argentina atual, ocupa um lugar especial nas relações exteriores do Brasil. Os patacões espanhóis, moedas de prata de 600 réis, eram uma espécie de “moeda comum”, alimentando o contrabando entre os impérios português e espanhol. No século XIX, a influência britânica levaria à adoção da libra, que no século seguinte seria substituída pelo dólar americano.
Esse comércio fronteiriço sempre existiu, ainda que no início as relações entre os dois países não tenham sido das mais amistosas. Com a transferência da corte portuguesa para o Rio de Janeiro, em 1808, o Brasil tornou-se um inédito experimento monárquico, cercado por várias repúblicas que se separaram do reino espanhol. A fase de conflitos começou com a guerra da Cisplatina, atual Uruguai, e se prolongou até a queda do ditador Juan Manuel Rosas, em 1853. As relações entre brasileiros e argentinos foram reatadas quando os dois países tiveram de reagir, após ambos serem invadidos pelo ditador paraguaio Solano Lopez, em 1864. Após a derrota do Paraguai na guerra, Brasil e Argentina seguiram entre indiferença e aproximação até o alvorecer do século XX. Quem mais perdeu nesse período foi o Brasil. No início do século passado, a Argentina tinha um PIB per capita cinco vezes maior, e era bem mais educada…
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