Crusoé: O argentino das urnas
Como o marqueteiro Fernando Cerimedo conseguiu ser citado 65 vezes no relatório da Polícia Federal
O marqueteiro argentino Fernando Cerimedo conseguiu uma proeza que nenhum outro estrangeiro alcançou no Brasil.
Ele foi citado 65 vezes no relatório da Polícia Federal sobre um suposto golpe de Estado.
Ganhou até um capítulo com o título “Disseminação de conteúdo falso por Fernando Cerimedo e outros investigados”.
Hábil nas redes sociais e aproveitando-se da propensão tão brasileira de dar credibilidade para tudo que vem do exterior, o argentino convenceu milhares de almas incautas de que as urnas brasileiras não eram confiáveis e, mesmo de longe, contribuiu para a confusão que se estabeleceu no país.
Sua ousadia ainda seria depois recompensada mais tarde, com o posto de estrategista digital na campanha do então candidato presidencial Javier Milei, que foi eleito no ano passado.
Foi por obra de sua influência que Milei alegou que houve fraude nas eleições primárias da Argentina, em 2023.
“Entidades privadas”
Cerimedo se diz um empresário dono de um instituto de pesquisas, uma agência de publicidade, uma escola que oferece cursos a distância, uma empresa de segurança privada e mais de trinta sites. Ele tem mais de 200 funcionários.
O site mais importante deles se chama Direita Diário, que publica textos favoráveis à direita.
“A Direita Diário é o único dos meus veículos que faz travessuras”, afirmou ele para o site Chequeado, uma agência de checagens.
Cerimedo reconhece usar trolls, as contas falsas que podem expandir a audiência de perfis e contas nas redes sociais.
Embora tenha trabalhado para políticos peronistas na periferia de Buenos Aires no passado, o argentino ganhou projeção ao mostrar, com uma pesquisa, alta rejeição…
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