Crusoé: “Lula questionar a integridade territorial da Ucrânia é inaceitável”
Analista político ucraniano comenta perspectivas sobre a guerra e a importância dos aliados para enfrentar a Rússia

O analista político ucraniano Oleksandr Slyvchuk coordena o Programa de cooperação para Espanha e América Latina do Transatlantic Dialogue Center, think thank da Ucrânia.
De Barcelona, ele colabora com o Parlamento da Ucrânia e recebe as notícias de seu familiares.
“No último domingo, 8, minha família participou de uma celebração cristã de uma sobrinha pequena. Estavam todos felizes. De noite, estavam ouvindo bombardeios em Kiev. Essa é uma normalidade no meu país”, afirma.
Crusoé conversou com Slyvchuk sobre a aproximação de Lula com o ditador russo Vladimir Putin, os rumos da guerra, os papéis da União Europeia e Donald Trump, além da possibilidade de uma nova eleição em meio ao conflito.

Como os ucranianos avaliam a amizade entre Lula e Putin?
O Brasil analisa a guerra de longe, mas isso não dá conta de entender tudo o que a Rússia destruiu.
Para muitos ucranianos, é claro que o Brasil tem proximidade com a Rússia por causa do comércio de fertilizantes. E está tudo bem ter política comercial.
Mas a declaração de Lula questionando a integridade territorial da Ucrânia é totalmente inaceitável. Ninguém tem o direito de fazer isso.
Em comparação, o Gabriel Boric [presidente do Chile] é uma estrela na Ucrânia entre os políticos da América Latina.
Depois dele vem o presidente argentino Javier Milei. Ele sabe que precisa se posicionar para não perder a parceria com os Estados Unidos.
Trump conseguirá, de fato, acabar com a guerra?
Nós estamos acostumados com políticos americanos clássicos, e Donald Trump é bastante impulsivo. Ele prometeu acabar com a guerra, mas já passamos dessa etapa. Durante a eleição, Trump tinha um foco para ganhar o apoio público.
O mundo está mudando e o presidente é um sinal dessa transformação. Também me parece que Trump não sabe e não quer saber sobre a história da Ucrânia.
Tenho receio de que os Estados Unidos deixem a guerra antes dela acabar.
Sem os EUA, a União Europeia teria capacidade de suportar a Rússia?
Com certeza, a União Europeia pode ajudar. Os países bálticos, por exemplo, sabem da importância da fronteira.
A Polônia é um exemplo...
Siga a leitura em Crusoé. Assine e apoie o jornalismo independente.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)