Coreia do Sul: presidente impedido de deixar o país
A medida foi imposta pelo Ministério da Justiça sul-coreano, conforme confirmou Bae Sang-up, responsável pelos serviços de imigração, durante uma audiência parlamentar
O presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, enfrenta uma proibição de deixar o país enquanto está sob investigação por “rebelião”, após ter decretado brevemente a lei marcial.
A medida foi imposta pelo Ministério da Justiça sul-coreano, conforme confirmou Bae Sang-up, responsável pelos serviços de imigração, durante uma audiência parlamentar.
Este é um marco na política sul-coreana, já que Yoon se tornou o primeiro presidente em exercício a enfrentar tal restrição.
A crise política no país se intensificou desde que Yoon, inesperadamente, declarou a lei marcial. A decisão foi rapidamente revogada em apenas seis horas devido à pressão exercida pelo Parlamento e pela população.
Kim Yong-hyun, ex-ministro da Defesa na época do decreto, também foi impedido de sair do país e já se encontra detido. O ministro do Interior à época, Lee Sang-min, optou por renunciar ao cargo.
Sem impeachment
Apesar das tensões, Yoon Suk Yeol sobreviveu a uma moção de impeachment apresentada pela oposição no Parlamento. O Partido do Poder ao Povo (PPP), ao qual Yoon pertence, boicotou a votação, invalidando-a por falta de quórum.
Em meio a esse cenário tumultuado, o PPP anunciou que obteve do presidente uma promessa de afastamento das funções governamentais em troca do bloqueio à sua destituição.
No entanto, esta promessa gerou controvérsia entre os partidos de oposição. Park Chan-dae, líder do Partido Democrático, acusou o presidente e seu partido de manobras ilegais e anticonstitucionais para manterem-se no poder.
A Constituição sul-coreana estipula que o presidente deve permanecer no comando do governo e das forças armadas, exceto em casos de incapacidade física ou mental, renúncia ou impeachment. Park Chan-dae classificou como inconstitucional a tentativa de Yoon de permanecer no cargo sem exercer suas funções.
Ato de desespero
Após os incidentes envolvendo a lei marcial, Yoon pediu desculpas à nação pelo decreto controverso e justificou sua ação como um ato de desespero frente à resistência parlamentar às suas iniciativas. Ainda assim, ele não renunciou ao cargo.
Os eventos provocaram manifestações massivas em Seul contra o governo de Yoon Suk Yeol. Milhares protestaram diante do Parlamento exigindo sua saída. A oposição prepara nova tentativa de impeachment e planeja novos protestos para pressionar por mudanças no governo.
A popularidade de Yoon atingiu um patamar crítico com apenas 11% de aprovação, segundo pesquisa divulgada pela Gallup nesta segunda-feira, 9 de dezembro.
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