China ameaça retaliar EUA após Trump anunciar tarifa
Na sexta, presidente americano afirmou que EUA vão impor tarifa de 100% sobre produtos chineses
A China prometeu adotar medidas de retaliação caso o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, imponha tarifas de 100% sobre importações chinesas. A tensão cresceu após a decisão de Pequim de restringir a exportação de minerais de terras raras, essenciais para a produção de semicondutores e eletrônicos.
Um porta-voz do Ministério do Comércio chinês afirmou neste domingo, 12, que “recorrer a ameaças de tarifas elevadas não é a maneira correta de lidar com a China”.
Segundo ele, o país “não quer uma guerra tarifária, mas não tem medo de uma”. O governo chinês indicou ainda que tomará “medidas correspondentes” para proteger seus interesses econômicos.
Trump anunciou as novas tarifas na sexta-feira, após criticar o controle chinês sobre os elementos de terras raras, que classificou como “surpreendente” e “muito hostil”. Em publicação na rede Truth Social, afirmou que a medida entrará em vigor em 1º de novembro.
“Acabamos de saber que a China assumiu uma posição extraordinariamente agressiva em relação ao comércio, enviando uma carta extremamente hostil ao mundo, afirmando que, a partir de 1º de novembro de 2025, imporia controles de exportação em larga escala a praticamente todos os produtos que fabrica, inclusive alguns que nem sequer fabrica. Isso afeta TODOS os países, sem exceção, e foi obviamente um plano elaborado por eles anos atrás. É algo absolutamente inédito no comércio internacional e uma vergonha moral em relação a outras nações”, afirmou.
O presidente americano também sugeriu que não há mais razão para se reunir com o líder chinês Xi Jinping, encontro previsto para ocorrer durante a Cúpula da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC), na Coreia do Sul.
“Medida legítima”
A escalada entre as duas maiores economias do mundo provocou queda nos mercados globais e alarmou o setor de tecnologia, dependente dos minerais chineses.
Pequim argumenta que as novas restrições sobre as terras raras são uma “medida legítima” e culpa Washington pela crise atual.
O Ministério do Comércio afirmou que os Estados Unidos “ampliam excessivamente o conceito de segurança nacional” e “abusam dos controles de exportação”, impondo restrições unilaterais contra empresas chinesas.
O governo chinês também acusou os EUA de adotar “dois pesos e duas medidas” e afirmou que a lista de controle de exportações americana inclui mais de 3 mil itens, enquanto a chinesa tem pouco mais de 900.
“As ações dos Estados Unidos prejudicaram seriamente os interesses da China e minaram o clima das negociações econômicas e comerciais bilaterais”, disse o porta-voz.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)