Boric condena ataque do Hamas a Israel “sem poréns”
No Brasil, o presidente Lula, que assim como Boric é de esquerda, não se manifestou
O presidente do Chile, Gabriel Boric, reiterou nesta terça-feira, 7, a condenação dos ataques terroristas do Hamas a civis israelenses em 7 de outubro de 2023 “sem poréns, sem matizes”.
“Dois anos após o Hamas atacar civis israelenses e fazer reféns, alguns dos quais permanecem em cativeiro até hoje, reitero a condenação do Estado chileno a este ato brutal, desumanizador e terrorista. Sem poréns, sem matizes.
A violência contra pessoas inocentes nunca é o caminho”, escreveu o líder chileno no X.
No Brasil, o presidente Lula, que assim como Boric é de esquerda, não se manifestou.
E o Itamaraty?
Ao anunciar que os ativistas brasileiros da flotilha Global Sumud foram conduzidos até a fronteira com a Jordânia, o Itamaraty voltou a acusar Israel de cometer “grave violação ao direito internacional humanitário”.
“O Brasil conclama a comunidade internacional a exigir de Israel a cessação do bloqueio à Gaza, por constituir grave violação ao direito internacional humanitário.”
Os exemplos de Boric a Lula
Essa não é a primeira vez que Boric e Lula adotam posturas diferentes em relação a conflitos internacionais.
O chileno, mesmo sendo de esquerda, nunca apoiou regimes que violam os direitos humanos, como os de Cuba, Venezuela ou Rússia.
Ao se encontrar como o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, em setembro de 2023, ele afirmou:
“A guerra que sofre Ucrânia há mais de um ano é inaceitável. Como presidente eu farei oposição sempre aos regimes que violam os direitos humanos e que atentem contra a autodeterminação dos povos. Zelensky, conte com o nosso governo em sua chamada para deter a agressão injusta.”
Na ONU, em setembro de 2024, Boric reclamou da “venezuelização” da política interna brasileira.
“Nós precisamos adotar uma única posição entre os países progressistas. As violações dos direitos humanos não podem ser julgadas conforme a cor do ditador de turno que o violar, ou do presidente que os violar, seja [Benjamin] Netanyahu em Israel, [Nicolás] Maduro na Venezuela, (Daniel) Ortega na Nicarágua ou Vladimir Putin na Rússia. Nós, como movimentos progressistas, precisamos ser capazes de defender princípios. E isso às vezes fracassamos.
Acho que às vezes fracassamos porque não usamos a mesma medida para criticar aqueles que estão do nosso lado. Isso é algo que já aconteceu muitas vezes na América Latina, e isso nos prejudicou muito. Já conversamos muito com o presidente Lula sobre isso, como a ‘venezuelização’ da nossa política interna, causou um prejuízo muito grande para as esquerdas”, disse o chileno.
Convidado por Lula para participar da cúpula do Brics no Rio de Janeiro, o presidente do Chile fez um contraponto à declaração final divulgada em 6 de julho de 2025.
Ao reafirmar o “compromisso inabalável do Chile com o multilateralismo, o direito internacional e os direitos humanos” no X, Boric afirmou que “devemos ser firmes na condenação da agressão unilateral da Rússia contra a Ucrânia”.
“O Chile não legitima a agressão unilateral contra nenhum país, mesmo que nós e o país atacado tenhamos profundas diferenças de valores e sistema político. A coerência na política internacional sempre será desconfortável para aqueles que defendem interesses de curto prazo, mas, como Presidente da República, é meu dever e convicção defendê-la, independentemente da pressão, venha de onde vier”, acrescentou.
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Comentários (2)
Marian
07.10.2025 17:20Está certo, tem que ser condenado; Onde já se viu livrar a cara de terroristas ? Parabéns a Boric, se diferencia .
Eliane ☆
07.10.2025 15:56Sim, existe bom-senso na esquerda. Temos que admitir.