Bispa “woke” usa culto para constranger Trump e defender pauta divisiva
O tom do discurso destoou do momento de unidade e reflexão espiritual esperado para a ocasião, transformando o culto em um palco para provocações políticas

Mariann Budde, bispa da Igreja Episcopal em Washington, gerou controvérsia ao utilizar o púlpito do Culto Nacional de Oração, evento interreligioso realizado tradicionalmente no início de cada mandato presidencial nos Estados Unidos, realizado nesta terça-feira, 21, para criticar o presidente Donald Trump e defender pautas ideológicas divisivas.
O evento ocorreu no Washington National Cathedral, um dia após a posse do republicano para seu segundo mandato. A cerimônia, que contou com a presença do presidente Donald Trump, da primeira-dama e de membros de seu gabinete, foi marcada pelo discurso polêmico da bispa.
Durante sua pregação, Budde pediu que Trump tivesse “misericórdia” de minorias LGBTQ+, que, segundo ela, “temem por suas vidas”, e de imigrantes ilegais que, em suas palavras, “são trabalhadores essenciais e membros fiéis das comunidades religiosas”. A bispa também fez um apelo para que os Estados Unidos recebessem refugiados de guerra.
O tom do discurso destoou do momento de unidade e reflexão espiritual esperado para a ocasião, transformando o culto em um palco para provocações políticas. Budde enfatizou uma visão progressista que foi amplamente rejeitada nas urnas, especialmente no que diz respeito à abordagem ideológica sobre infância e adolescência transgênera.
A reação de Trump não demorou. Em sua plataforma Truth Social, o presidente classificou o discurso como inadequado:
“A suposta bispa que falou no Culto Nacional de Oração na manhã de terça-feira era uma linha-dura da esquerda radical e uma odiadora de Trump. Ela trouxe sua igreja para o campo político de uma maneira muito deselegante. Foi grosseira no tom, pouco convincente e nada inteligente. Não mencionou o grande número de imigrantes ilegais que entraram em nosso país e mataram pessoas. Muitos foram retirados de prisões e instituições psiquiátricas. Há uma gigantesca onda de crimes acontecendo nos EUA. Além de suas declarações inadequadas, o culto foi muito monótono e sem inspiração. Ela não é muito boa no que faz! Ela e sua igreja devem um pedido de desculpas ao público!”
Divisão em vez de unidade
Budde, que desde 2011 lidera a Diocese Episcopal de Washington, já é conhecida por adotar posicionamentos políticos em momentos religiosos, como em 2020, quando criticou o uso de uma igreja próxima à Casa Branca por Trump para um pronunciamento simbólico. Ao repetir a estratégia, a bispa transformou um evento tradicional de oração em um palco para polarização, reforçando tensões políticas.
A utilização do termo “crianças transgênero” também foi vista como uma tentativa de normalizar um debate altamente controverso. A ideia de intervenção médica para mudanças de sexo em menores de idade é amplamente questionada, tanto por especialistas quanto pelo público em geral, especialmente devido à complexidade do desenvolvimento infantil e à natureza irreversível de muitos desses tratamentos.
Budde pertence à Igreja Episcopal, uma denominação protestante dentro da Comunhão Anglicana que difere significativamente da Igreja Católica. Enquanto na tradição católica os bispos têm funções sacramentais e estão submetidos à autoridade do papa, na Igreja Episcopal, os bispos têm maior liberdade de ação, frequentemente incorporando pautas sociais e políticas em sua atuação.
O discurso de Budde destacou a persistente dificuldade de figuras religiosas progressistas em promover unidade, optando por um tom polarizador que apenas reforça divisões já intensas na sociedade americana.
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Comentários (2)
Marcelo José Dias Baratta
23.01.2025 00:27Bem complexo todo esse imbróglio. Entendo que não se deve misturar fé com politica, sou contra. Essa bispa é progressista, na minha opinião, progressista demais, ao que parece, defende pautas condenadas pela Bíblia Sagrada. A Palavra não muda, Deus não muda; o mundo tem mudado, confesso que tenho visto o mundo indo pra um lugar estranho, muito estranho. Sou seguidor de Jesus, tenho a Bíblia como regra de fé e prática, sem atualizações, sem interpretações modernas, sem condescendências, Ela, a Palavra, valia no passado, vale hoje e valerá amanhã, quem tentar mudar o que lá está, claro, transparente e compreensível, está contra a própria Palavra.Assim penso, assim tenho vivido, assim creio.
Lárimer
22.01.2025 09:19O Antagonista deve refletir sobre o quanto vai se parecer com o "trumpismo" e, por consequência, com o "bolsonarismo". Até aqui O Antagonista tem sido independente... vamos ver...