Assad fugiu após perder apoio da Rússia, diz Trump
Segundo o presidente eleito dos EUA, o Kremlin "perdeu todo o interesse na Síria" por causa da guerra na Ucrânia
O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump (foto), afirmou neste domingo, 8 de dezembro, que o ditador Bashar al-Assad “fugiu” da Síria depois de perder o apoio da Rússia, principal aliada de seu regime.
Na declaração, feita na rede Truth Social, Trump destacou o impacto da guerra na Ucrânia sobre a política externa russa.
“Assad foi embora. Ele fugiu do seu país. Seu protetor, a Rússia, liderada por Vladimir Putin, já não estava interessado em protegê-lo”, escreveu Trump. Segundo ele, o Kremlin “perdeu todo o interesse na Síria por causa da Ucrânia”, onde as forças russas enfrentam um alto custo humano e material, com “cerca de 600 mil soldados mortos ou feridos”.
Trump também citou o enfraquecimento do Irã, outro regime aliado de Assad,
“A Rússia e o Irã estão em um estado enfraquecido neste momento, um por causa da Ucrânia e de uma economia ruim, o outro por causa de Israel e do seu sucesso na luta”, afirmou o republicano.
Disse ainda que “deveria haver um cessar-fogo imediato e as negociações deveriam começar”, sem especificar a que conflito se referia.
A Rússia, que utiliza a Síria como ponto estratégico no Oriente Médio, agora enfrenta desafios para manter sua influência na região enquanto lida com os desdobramentos da guerra na Ucrânia. Para a Rússia, a queda da Síria significa perder o seu aliado mais próximo na região.
A queda de Assad
A queda do regime de Assad foi anunciada por forças rebeldes, que declararam a “libertação de Damasco” após uma ofensiva que encerrou cinco décadas de domínio da família Assad.
De acordo com o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, Assad teria deixado o país pelo aeroporto de Damasco antes que as forças de segurança abandonassem o local.
Desde 2015, o regime sírio vinha reconquistando território com apoio militar da Rússia, do Irã e do grupo libanês Hezbollah. No entanto, a pressão internacional e o desvio de recursos russos para a guerra na Ucrânia enfraqueceram a capacidade de defesa de Assad.
A ofensiva que culminou na queda de Assad, liderada pelo grupo jihadista Hayet Tahrir al-Sham (HTS), avançou rapidamente desde o início de dezembro, conquistando cidades estratégicas como Homs e subúrbios de Damasco.
Esse é o maior revés militar sofrido pelo regime sírio desde o início da guerra civil em 2011, que já causou mais de 500 mil mortes.
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