As condições do Kremlin para encontro entre Putin e Zelensky
Na sexta, representantes russos e ucranianos voltaram a se encontrar presencialmente em Istambul

O Kremlin admitiu neste sábado, 17, a possibilidade de um encontro entre o ditador russo Vladimir Putin e o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, mas condicionou a reunião a avanços concretos nas negociações entre delegações dos dois países.
“Uma reunião entre os dois líderes é possível como resultado do trabalho das delegações, desde que determinados acordos sejam alcançados”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, à agência estatal russa TASS.
Segundo ele, a troca de prisioneiros acertada na sexta-feira precisa ser concluída antes da retomada das conversas formais.
“Concordamos em trocar listas de condições para um cessar-fogo. A parte russa vai preparar e entregar essa lista e vai trocá-la com a parte ucraniana”, disse Peskov.
O que será incluído exatamente “não deverá ser anunciado”, acrescentou. “As negociações vão continuar, mas serão realizadas a portas fechadas”.
Na sexta, representantes russos e ucranianos voltaram a se encontrar presencialmente em Istambul. Ficou acordada a maior troca de prisioneiros desde o início da guerra, com mil combatentes libertados por cada lado.
Zelensky na Turquia sem Putin
Zelensky, que estava em Ancara na quinta-feira, acusou a Rússia de desrespeito e anunciou que não participaria das tratativas.
“Não há o que eu possa fazer lá”, afirmou o presidente ucraniano em coletiva de imprensa. “É só conversa, sem Putin.” A delegação ucraniana em Istambul passou a ser liderada pelo ministro da Defesa, Rustem Umierov.
O líder ucraniano criticou o nível da representação russa, composta apenas por vice-ministros e assessores, sem integrantes do alto escalão.
“É um desrespeito pessoal. Um desrespeito a mim, ao presidente Trump, ao secretário Marco Rubio, aos ministros turcos e ucranianos que estão aqui. Cadê os ministros russos?”, questionou.
Moscou rejeita o cessar-fogo de 30 dias pedido por Kiev e aliados ocidentais. A justificativa é que a pausa permitiria ao Exército ucraniano se rearmar com apoio do Ocidente.
Zelensky, por sua vez, defende um cessar-fogo imediato e acusou a Rússia de não demonstrar vontade política para encerrar a guerra.
“Eles precisam mostrar que estão preparados para falar sobre o fim da guerra. Se não demonstrarem, é porque não estão.”
Leia também: O único acordo em Istambul
Condições de Putin
Durante a reunião de sexta-feira, Moscou apresentou exigências consideradas inaceitáveis por Kiev.
A delegação russa insistiu na retirada das tropas ucranianas de quatro regiões ocupadas: Donetsk, Luhansk, Kherson e Zaporizhzhia.
Kiev rejeitou o pedido.
Além disso, o Kremlin exigiu que a Ucrânia desistisse de ingressar na OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) e que a Crimeia, anexada pela Rússia em 2014, seja considerada internacionalmente um território russo.
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Comentários (3)
ALDO FERREIRA DE MORAES ARAUJO
18.05.2025 19:08Acho que dá para resumir as exigências russas numa só palavra: RENDA-SE!
Alexandre Ataliba Do Couto Resende
17.05.2025 18:53Putin encarnou Rolando Lero, está a espera de uma queda de algum edifício na Rússia, ou quem sabe um mal súbito.
Ariadne
17.05.2025 16:08Deus proteja a vida de Zelensky 🙏🙏🙏