Com o avanço tecnológico, empresas estão explorando soluções de conectividade global além do horizonte terrestre. Amazon e SpaceX estão à frente desta nova corrida espacial com seus projetos ambiciosos voltados para levar internet de alta velocidade a áreas remotas através de satélites. O Projeto Kuiper, da Amazon, e o Starlink, da SpaceX, são os principais competidores nesta disputa.

Os dois projetos utilizam constelações de satélites em órbita terrestre baixa (LEO) para oferecer conexão rápida e com baixa latência, ideal para regiões onde a infraestrutura tradicional de internet é escassa. Vamos analisar mais a fundo as semelhanças, diferenças e o impacto desses serviços no mercado de internet via satélite.

Como Funciona o Projeto Kuiper?

A Amazon planeja operar uma constelação de 3.236 satélites, posicionados entre 590 km e 630 km da Terra, para reduzir a latência, essencial para atividades como videochamadas e jogos online. Eis como o Projeto Kuiper funcionará:

• Altitudes dos Satélites: entre 590 km e 630 km da Terra.
• Velocidade de Download: até 1 Gbps, quatro vezes superior ao limite da Starlink.
• Conexão: será feita através de um terminal do tamanho de um livro, alcançando até 100 Mbps.
• Parceria na América Latina: será realizada através da Vrio, proprietária da Sky.

Projeto Kuiper vs. Starlink: Qual é a Melhor Opção?

A Amazon estabeleceu uma parceria com a Vrio para implantar o Projeto Kuiper em países como Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Peru e Uruguai. Por outro lado, a Starlink já está disponível em mais de 80 países e lidera o mercado de internet via satélite no Brasil, com 44,6% de participação em julho de 2024.

“Nosso foco está nos clientes que, hoje, moram fora da área de cobertura de empresas de fibra”, declarou Bruno Henriques, líder de desenvolvimento de negócios do Projeto Kuiper na América Latina. A rede também poderá atender governos, escolas, hospitais e empresas em regiões remotas.

Quais são as Perspectivas Futuras?

O lançamento inicial do Projeto Kuiper será na Argentina, seguido pelo Brasil em 2026. Os clientes utilizarão antenas para conexão, com versões variando de 100 Mbps a 1 Gbps. Enquanto isso, a Starlink cobra a partir de R$ 1.000 pelos equipamentos, com uma mensalidade inicial de R$ 184.

A Starlink já possui mais de 6.400 satélites em órbita, enquanto o Kuiper ainda está em fase de protótipos. A Amazon planeja um total de 77 missões para colocar todos os seus satélites em operação.

Impacto no Mercado de Internet Via Satélite

O investimento no Projeto Kuiper está estimado em pelo menos US$ 10 bilhões, abrangendo a fabricação de satélites e antenas, bem como a implementação de “gateways” que conectam a rede de fibra ótica terrestre com os equipamentos no espaço. Cada satélite do Kuiper deverá ter uma vida útil de até 10 anos, dependendo das condições espaciais.

Na América Latina, a Sky será responsável pela venda e atendimento ao cliente do Kuiper. Isso permitirá que a Amazon se concentre na infraestrutura satelital e terrestre, enquanto a Vrio cuidará da distribuição.

Conclusão: A Nova Era da Conectividade

Com esses projetos inovadores, Amazon e SpaceX estão moldando o futuro da conectividade global. Voltados para áreas de difícil acesso, emergências e desastres naturais, tanto o Projeto Kuiper quanto a Starlink têm o potencial de revolucionar a maneira como nos conectamos em todo o mundo. Resta saber qual das duas iniciativas se consolidará como a líder definitiva no mercado de internet via satélite.