Adesão à Otan é crucial para sobrevivência da Ucrânia, diz Zelensky
Presidente ucraniano sugeriu renunciar temporariamente a territórios ocupados pela Rússia em troca de convite de adesão à aliança militar
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky (foto), afirmou neste domingo, 1º de dezembro, que um convite formal para a Ucrânia integrar a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) é essencial para garantir a “sobrevivência” do país.
A declaração foi feita após uma proposta do líder ucraniano, feita na última sexta-feira, 29, de renunciar temporariamente a territórios ocupados pela Rússia em troca de um convite de adesão à aliança militar.
Zelensky sugeriu que, com essa medida, seria possível assegurar a segurança da Ucrânia no futuro em uma negociação que não envolvesse os territórios disputados.
O ministro ucraniano das Relações Exteriores, Andrii Sybiha, reforçou o apelo por um convite oficial à Otan, destacando que a medida faz parte do “plano da vitória” de Zelensky para encerrar a guerra. A Ucrânia pediu que o convite seja formalizado nesta semana que se inicia, durante uma reunião da Otan em Bruxelas.
Embora a Ucrânia aceite adiar sua adesão até a conclusão do conflito, a obtenção do convite imediato, segundo o governo de Kiev, enviaria uma mensagem clara ao ditador russo Vladimir Putin de que o Kremlin falhou em impedir o país de se aproximar da aliança. Sybiha afirmou que o convite não deve ser interpretado como uma escalada das tensões.
Em entrevista à Sky News, Zelensky explicou que a proposta de adesão deve abranger o território internacionalmente reconhecido da Ucrânia, excluindo as áreas ocupadas pela Rússia.
“É uma solução para interromper a fase quente da guerra. Podemos conceder adesão à Otan apenas à parte da Ucrânia sob nosso controle”, disse o presidente ucraniano. Ele afirmou ainda que, após a adesão, a Ucrânia buscará recuperar os territórios restantes por meios diplomáticos.
Risco de catástrofe nuclear
Na Ucrânia, a população enfrenta um cenário de escuridão generalizada,. Na última quinta-feira, 28 de novembro, a Rússia desencadeou um dos mais intensos ataques desde o início do conflito, utilizando cerca de 90 mísseis e quase 100 drones. O alvo principal foi a já debilitada infraestrutura energética ucraniana.
Como consequência, as três usinas nucleares operacionais do país reduziram sua produção. Isso ocorreu porque os ataques russos focaram principalmente em subestações elétricas, responsáveis não apenas pela distribuição de energia das usinas para o restante do país, mas também pelo fornecimento necessário para a refrigeração dos reatores e do combustível nuclear utilizado.
Desgastar a população civil
O jornal “New York Times” aponta para uma mudança tática na estratégia russa. Desde o primeiro inverno de guerra, há dois anos, a infraestrutura energética ucraniana tem sido alvo constante da Rússia.
Com ataques direcionados a plantas de energia elétrica e termelétricas, o objetivo parecia ser desgastar a população civil.
A resiliência do sistema elétrico deve-se em parte ao fato de que dois terços da eletricidade ucraniana são gerados por usinas nucleares, que até então foram amplamente poupadas de bombardeios aéreos.
Contudo, desde o final de agosto, há um aumento nos ataques russos a subestações, conforme relatado pela Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA).
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