A polêmica acirrada entre democratas sobre projeto de lei anti-woke nos esportes
Segundo pesquisa recente do New York Times/Ipsos, 67% dos democratas entrevistados são contra a participação de atletas trans no esporte feminino

A recente disputa no Congresso americano sobre o “Protection of Women and Girls in Sports Act”, proposto pelo Partido Republicano, trouxe à tona um embate interno entre democratas que culminou na deserção de alguns eleitores históricos do partido.
A polêmica gira em torno das alegações feitas por deputados democratas de que a legislação, destinada a impedir a participação de atletas transgêneros em esportes femininos, abriria espaço para “abusos sexuais”.
O argumento central de socialistas como Alexandria Ocasio-Cortez e Hakeem Jeffries foi criticado por falta de conexão com o texto da lei. Republicanos destacaram que a comprovação do gênero de nascimento seria feita apenas mediante certidão de nascimento, sem qualquer tipo de exame físico invasivo.
Gary Francione, professor de direito da Universidade Rutgers e democrata desde os anos 1970, renunciou à filiação partidária após a votação. “Insinuar que opositores do projeto são pedófilos é um ataque à nossa integridade. Isso demonstra falta de honestidade e enfraquece a credibilidade do partido”, afirmou Francione, que também é defensor de direitos LGBTQIA+.
A insatisfação não é isolada. Francione relatou que outros eleitores democratas, incluindo colegas de sua rede profissional, também planejam abandonar o partido. A questão da inclusão de atletas trans em esportes femininos tem gerado crescente rejeição. Segundo pesquisa recente do New York Times/Ipsos, 67% dos democratas entrevistados são contra a participação de atletas trans no esporte feminino.
Entre os democratas que votaram contra o projeto, o deputado Seth Moulton argumentou que, apesar de discordar da inclusão de atletas trans em esportes femininos, ele se opôs à legislação por temer violações à privacidade infantil. Apenas dois democratas apoiaram o projeto: Henry Cuellar e Vicente González, ambos do Texas.
A disputa exacerbou as divisões dentro do Partido Democrata, agravadas por um discurso que muitos veem como excessivamente combativo e desconectado dos eleitores moderados. Para analistas, essa abordagem pode comprometer a base eleitoral do partido em um momento em que republicanos fortalecem sua narrativa em defesa da “segurança e justiça” nos esportes femininos.
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Comentários (1)
Radjalma Costa
22.01.2025 15:20Interessante só se vê trans em esporte feminino, por que será?