Apple muda visual e decepciona na WWDC
Gigante californiana apresentou novos aplicativos e reformulação gráfica, mas ações caíram após adiamento de avanços em inteligência artificial

A Apple abriu a edição de 2025 de sua conferência anual de desenvolvedores com uma grande mudança na aparência dos sistemas operacionais, mas sem avanços relevantes em inteligência artificial, o que frustrou o mercado financeiro.
O evento começou na segunda-feira, 9, na sede da empresa em Cupertino, Califórnia.
A principal novidade foi a reformulação visual dos sistemas, chamada pela empresa de “vidro líquido”.
A nova aparência, inspirada no sistema de realidade aumentada do Apple Vision Pro, adota superfícies translúcidas, efeitos de luz e uma sensação de profundidade.
O objetivo é criar continuidade entre os dispositivos da marca — celulares, computadores, tablets, relógios e televisores.
Além da aparência, a Apple alterou a forma de nomear os sistemas. Em vez da numeração tradicional, passou a adotar o número do ano seguinte ao lançamento.
O sistema do iPhone, por exemplo, que seguiria como iOS 19, foi renomeado como iOS 26. A mudança se aplica a todos os sistemas da empresa: iPadOS, macOS (batizado também como Tahoe), watchOS, tvOS e visionOS.
No campo da inteligência artificial, a Apple anunciou que permitirá que criadores de aplicativos integrem suas ferramentas aos recursos internos da empresa.
Isso será possível por meio de um conjunto de instruções e programas que funcionam dentro dos próprios aparelhos, sem depender de servidores externos.
A empresa também divulgou uma nova função de tradução simultânea para ligações e mensagens, disponível em português, inglês, francês, alemão e espanhol.
No entanto, não houve novidades no principal assistente virtual da empresa. A atualização da Siri foi adiada. O vice-presidente de software da Apple afirmou que o sistema ainda não atingiu o nível de qualidade exigido pela companhia.
Os investidores reagiram mal à ausência de avanços significativos.
As ações da Apple caíram cerca de 2% durante a conferência e encerraram o dia com queda de 1,19%, cotadas a US$ 201,19.
O novo iOS 26 trouxe mudanças nos aplicativos nativos. O apicativo telefone agora exibe chamadas recentes, contatos e recados de voz em uma única tela.
O navegador Safari ganhou uma nova barra de endereços, mais transparente, e o aplicativo de câmera foi simplificado.
Já o sistema dos computadores recebeu melhorias em busca, acessibilidade e recursos de produtividade.
Tablets ganharam novas opções de multitarefa com uso de teclado e mouse. O relógio passou a oferecer mais funções de saúde, e os fones sem fio ganharam gravação de áudio de alta qualidade.
Mesmo com os lançamentos, analistas apontaram que a conferência careceu de inovações capazes de diferenciar a Apple de suas principais concorrentes em inteligência artificial, como Google, Microsoft e OpenAI.
As ações da empresa acumulam queda de 19% no ano, o pior desempenho entre os componentes do índice Nasdaq 100, que registra alta de 3,9%.
A Apple ainda possui vantagens como base fiel de usuários, alta rentabilidade e receitas crescentes com serviços digitais. Mas enfrenta o desafio de mostrar que continua relevante na disputa por inovação tecnológica, especialmente no momento em que outras empresas avançam com mais rapidez no uso da inteligência artificial.
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