O que está em baixa (e em alta) no mercado de luxo
No Brasil, consumo de luxo em 2030 deve ser o dobro do que era em 2022, e imóveis estão entre os setores que puxam esse crescimento

O mercado de artigos de luxo no mundo vive tempos desafiadores. Em países como Estados Unidos e China, o consumo de marcas de roupas e joias desacelerou no ano passado, e as perspectivas para 2025 não são as mais otimistas.
Um estudo da consultoria Bain juntamente com a associação italiana de fabricantes de produtos de luxo, a Fondazione Altagamma, calcula que o mercado global do setor encolheu 3% em 2024, mas a exceção foi a América Latina – que deve continuar crescendo em 2025.
Embora o segmento como um todo enfrente uma perda de mercado pela primeira vez desde a crise de 2009, o desafio é diferente em cada setor. A queda é vista principalmente no setor de bens de consumo e moda, mas ela é compensada por um aumento nos setores de “experiências” – hotelaria, restaurantes e viagem, por exemplo.
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Padrão de consumo
Dentro dessa tendência aparecem também as compras de “casas dos sonhos”, um item cuja demanda não deixa de crescer desde que, em 2020, a quarentena da covid forçou as pessoas a passarem muito mais tempo do que o esperado dentro de suas casas.
Mudanças nas preocupações dos consumidores também afetam o padrão de consumo, virando a atenção para os imóveis.
Na China, por exemplo, onde uma classe de novos ricos se formou nos últimos anos, o foco passou do consumo de itens de moda – como roupas, bolsas, perfumes – para itens mais perenes, como automóveis e – a estrela do momento – propriedades em empreendimentos de luxo, principalmente aqueles que aliam qualidade construtiva com experiência.
Prédios com spas, restaurantes de nível estrelado, serviços de hotelaria e instalações esportivas estão entre os itens que mais tiveram aumento de demanda e preço no último ano.
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Investidores
Já nos Estados Unidos, o crescimento no mercado de imóveis de luxo é puxado principalmente por investidores, em localizações favoritas dos endinheirados internacionais, como Florida e Nova York. Nessa última, ano passado, o mercado de imóveis com valores acima de 4 milhões de dólarescresceu 8,5%, com negócios espetaculares como a venda de uma cobertura quintuplex no recém-entregue Aman New York, pelo singelo valor de 135 milhões de dólares.
Já no Brasil a realidade é que o mercado de luxo está simplesmente crescendo em todas as áreas, sendo que a dos empreendimentos é um dos destaques.
Em entrevista ao Estadão, Carlos Ferreirinha, dono da MCF consultoria e maior especialista brasileiro no mercado de luxo, explicou que o crescimento do setor no Brasil ano passado foi de cerca de 12%, e observou que o ritmo de crescimento foi forte em todas as regiões do país, “com destaque para alguns setores, principalmente, o imobiliário de alto padrão”.
Nos números da Bain, o público consumidor de bens de luxo no Brasil possui um patrimônio de 720 bilhões de dólares e, em 2030, atingirá a marca de 1,1 trilhão de dólares.
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