O drama do cocô de cachorro no corredor do prédio

19.06.2025

logo-crusoe-new
O Antagonista

O drama do cocô de cachorro no corredor do prédio

avatar
Sindicolab
4 minutos de leitura 10.06.2025 23:52 comentários
Imóveis | Condomínios

O drama do cocô de cachorro no corredor do prédio

Levantamento indica que 18% das reclamações em condomínios verticais estão relacionadas a animais de estimação, especialmente cocô no corredor

avatar
Sindicolab
4 minutos de leitura 10.06.2025 23:52 comentários 1
O drama do cocô de cachorro no corredor do prédio
Ilustração gerada por IA

Para quem tem pet, ele é quase um filho. Mas para o vizinho que pisa no presentinho deixado no corredor, o sentimento costuma ser de indignação.

Em condomínios por todo o país, situações envolvendo fezes, urina, latidos excessivos e circulação inadequada de animais de estimação têm se tornado cada vez mais comuns — e são frequentemente motivo de atrito entre moradores.

A boa notícia? Esses conflitos podem ser evitados com uma atitude simples e gratuita: responsabilidade.

Escolhas pessoais e coletivas

Ter um pet é uma escolha pessoal. Viver em condomínio é uma escolha coletiva.

“Ter um pet é uma decisão íntima e afetiva, mas o impacto dela no coletivo precisa ser considerado”, alerta o advogado Felipe Faustino, especialista em direito condominial.

“Deixar sujeira nas áreas comuns, permitir que o cachorro ande sem guia ou incomodar com latidos constantes não é apenas uma questão de boa educação — pode gerar advertências, multas e até ações judiciais.”

Segundo levantamento da administradora paulista Predial Brasil, 18% das reclamações registradas em condomínios verticais estão relacionadas a animais de estimação — sendo o cocô no corredor, pasmem, a queixa mais comum.

Leia também: Condomínios de luxo, a fortaleza da nova elite brasileira

5 dicas para tutores de pets

A convivência entre pets e vizinhos é perfeitamente possível, desde que algumas regras básicas de convivência sejam respeitadas. Veja algumas atitudes essenciais:

  • Saquinhos sempre à mão: sair com o cachorro sem um saquinho para recolher as fezes é o mesmo que sair sem chave. Está pedindo problema.
  • Elevador com bom senso: prefira o elevador de serviço (se houver), mantenha o animal sempre na guia e evite situações que possam gerar desconforto a outros passageiros.
  • Respeito às áreas proibidas: brinquedotecas, piscinas, salões de festa e gramados costumam ser áreas restritas. Leia o regimento interno.
  • Limpeza imediata: acidentes acontecem, mas o que causa indignação nos vizinhos é o abandono da sujeira.
  • Controle dos latidos: se o animal late continuamente, especialmente quando fica sozinho, o tutor deve buscar adestramento ou enriquecimento ambiental para aliviar a ansiedade do pet.

“O respeito às áreas comuns e aos demais condôminos começa com atitudes simples. É o tipo de comportamento que deveria ser automático para quem escolhe ter um animal em ambiente coletivo”, reforça Faustino.

Leia também: Quem mexeu na minha vaga?

O papel do síndico: firmeza com empatia

Para os gestores do condomínio, lidar com esse tipo de situação exige equilíbrio entre bom senso e autoridade. O especialista lista algumas medidas eficazes:

  • Comunique com leveza e clareza: cartazes com mensagens educativas (e até bem-humoradas) costumam surtir mais efeito que avisos ameaçadores.
  • Atualize o regimento interno: o documento precisa estabelecer regras claras sobre a circulação de pets, uso de guias, acesso a áreas comuns e penalidades por infrações.
  • Siga o caminho legal: primeiro vem a advertência, depois a multa. “É essencial que tudo seja documentado, respeitando o direito de defesa do morador”, orienta o advogado.
  • Instale câmeras nas áreas comuns: além de aumentar a segurança, o monitoramento facilita a identificação de responsáveis, evitando injustiças.
  • Invista em campanhas internas: murais informativos, mensagens em grupos de WhatsApp e até ações de conscientização com brindes pet-friendly ajudam a envolver a comunidade.

E o que diz a lei?

Embora o Brasil não tenha uma legislação específica sobre pets em condomínios, a Lei nº 4.591/64, que rege os condomínios, permite que o regimento interno determine normas de convivência — inclusive para animais.

Além disso, a jurisprudência já reconheceu o direito dos condomínios de aplicar penalidades por comportamento inadequado de tutores.

“A Justiça entende que a presença do pet é permitida, desde que não cause transtornos ao coletivo. Quando o tutor ultrapassa esse limite, o condomínio pode, sim, agir”, explica Faustino.

O cocô é só o sintoma

No fim das contas, o cocô no corredor é apenas um sintoma de um problema maior: a falta de consciência sobre a vida em comunidade. Ter um animal em condomínio é não só possível como saudável — mas exige cuidado, empatia e responsabilidade.

“A responsabilidade pelo pet vai além da porta do apartamento. A convivência começa onde termina a sua porta — e pode ser harmoniosa quando cada um faz sua parte”, finaliza Faustino.

Por Felipe Faustino – Escritório Faustino & Teles e Sindicolab

Leia mais: Síndico morador ou profissional, quem administra melhor?

  • Mais lidas
  • Mais comentadas
  • Últimas notícias
1

As consequências da ajuda de Obama ao Irã

Visualizar notícia
2

Lindbergh esperneia após nova alta da Selic

Visualizar notícia
3

Padre Fábio de Melo é denunciado ao Vaticano

Visualizar notícia
4

Irã atinge Hospital Soroka em Israel e deixa feridos

Visualizar notícia
5

“Nem quero discutir essa possibilidade”, diz Putin sobre eliminação de Khamenei

Visualizar notícia
6

Deputado apresenta projeto para retirar cédulas de R$ 100 e R$ 200 de circulação

Visualizar notícia
7

Lula errado em três guerras

Visualizar notícia
8

O cinismo de Lula sobre guerras no mundo

Visualizar notícia
9

Israel expõe detalhes de reator nuclear iraniano “neutralizado”

Visualizar notícia
10

Irã bloqueia acesso à internet em todo o país

Visualizar notícia
1

Trump, o fictício general de si mesmo

Visualizar notícia
2

Padre Fábio de Melo é denunciado ao Vaticano

Visualizar notícia
3

“Obama abriu caminho para o Irã se aproximar da bomba”, diz Netanyahu

Visualizar notícia
4

BC sobe taxa de juros para 15%

Visualizar notícia
5

Lindbergh esperneia após nova alta da Selic

Visualizar notícia
6

A CPMI do INSS e a missão encardida de Sóstenes

Visualizar notícia
7

Maioria dos bolsonaristas votou a favor de acréscimo ao fundo partidário

Visualizar notícia
8

Irã bloqueia acesso à internet em todo o país

Visualizar notícia
9

Crusoé: Kassab exibe sua medalha de 'imbrochável'

Visualizar notícia
10

STF (sempre ele!) aprova segurança vitalícia para ministros aposentados

Visualizar notícia
1

O caso dos pombos cowboys

Visualizar notícia
2

Ata de Gleisi classifica alta de juros como “incompreensível”

Visualizar notícia
3

Israel expõe detalhes de reator nuclear iraniano “neutralizado”

Visualizar notícia
4

3 orações para o Dia de Corpus Christi 

Visualizar notícia
5

Suprema Corte americana confirma lei que impede transição de sexo de menores

Visualizar notícia
6

Irã atinge Hospital Soroka em Israel e deixa feridos

Visualizar notícia
7

Salário de operários sobe 1,7% sob Trump e tem maior alta em 60 anos

Visualizar notícia
8

Schwarzenegger diz que imigrante deve “se comportar como convidado”

Visualizar notícia
9

Horóscopo do dia: previsão para os 12 signos em 19/06/2025

Visualizar notícia
10

Por que o Procon-SP multou o Quinto Andar

Visualizar notícia

logo-oa
Assine nossa newsletter Inscreva-se e receba o conteúdo do O Antagonista em primeira mão!

Tags relacionadas

Condomínios pets
< Notícia Anterior

Síndico morador ou profissional, quem administra melhor?

10.06.2025 00:00 4 minutos de leitura
Próxima notícia >

Horóscopo do dia: previsão para os 12 signos em 11/06/2025

11.06.2025 00:00 4 minutos de leitura
avatar

Sindicolab

Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.

Comentários (1)

Ita

11.06.2025 11:59

O mundo mudou demais, hoje um pet, para alguns, tem mais valor do que


Torne-se um assinante para comentar

Notícias relacionadas

Por que o Procon-SP multou o Quinto Andar

Por que o Procon-SP multou o Quinto Andar

Sindicolab Visualizar notícia
Brincadeira tem hora e lugar no condomínio

Brincadeira tem hora e lugar no condomínio

Sindicolab Visualizar notícia
Como investir em imóveis e bater a rentabilidade da renda fixa

Como investir em imóveis e bater a rentabilidade da renda fixa

Sindicolab Visualizar notícia
Como evitar conflitos nas vagas coletivas

Como evitar conflitos nas vagas coletivas

Sindicolab Visualizar notícia
Icone casa

Seja nosso assinante

E tenha acesso exclusivo aos nossos conteúdos

Apoie o jornalismo independente. Assine O Antagonista e a Revista Crusoé.