Idosos são o futuro (do mercado imobiliário)
“Economia prateada”, “mercado grisalho”, chame como quiser: público consumidor que mais cresce no Brasil começa a atrair empreendimentos

Pela descrição, parece simplesmente mais um condomínio de alto padrão. A localização é privilegiada, com vista para as montanhas, próxima ao mesmo tempo de um parque e um shopping.
A estrutura de esportes e atividades é a mesma de um clube, mas inclui também serviços de hotelaria. É um dos primeiros exemplos de um tipo de empreendimento que ainda é raro no Brasil – os condomínios de senior living.
Com anúncio oficial programado para o final de junho, o Loma Pedra Branca (foto) ficará no Passeio Pedra Branca, na grande Florianópolis, ao lado de outros condomínios, e terá apartamentos projetados para aposentados, com estrutura preparada para acessibilidade e segurança do público de terceira idade.
Leia também: Como lidar com o cachorro barulhento do vizinho
Dom Senior Living
O empreendimento é da Dom Senior Living, uma empresa criada para atender a chamada “economia prateada”, aquela ligada ao público consumidor que mais cresce no Brasil, os consumidores acima dos 60 anos.
Segundo estudo da FGV, entre os 5% mais ricos do país, eles representam 17%. E, de acordo com pesquisas do SPC, 66% dessa faixa de público considera que a prioridade é aproveitar a vida.
Prova disso é que 41% gastam mais dinheiro com produtos e serviços de desejo, como viagens e jantares, do que com gastos básicos.
Leia também: E se a tragédia ocorre no seu condomínio?
O “mercado grisalho”, como também costuma ser chamado, movimenta anualmente cerca de 2 trilhões de reais, mas se expande rapidamente em função da mudança de perfil da população.
Idosos independentes
Um condomínio senior living não é nem uma casa de repouso, nem um condomínio tradicional. Seu público são idosos independentes, que vivem em casal ou sozinhos, praticam esportes, viajam, mas têm necessidades diferentes da faixa dos consumidores de 30 ou 40 anos.
Por um lado, não precisam mais de espaço para criar os filhos e nem precisam ir diariamente ao escritório. Por outro, gostam de ter comodidades de hotel, como faxina, arrumadeiras e concierge.
Por segurança, esses condomínios têm uma estrutura de atendimento médico emergencial – no caso do Loma Pedra Branca, com direito a UTI móvel, em caso de necessidade.
Os moradores poderão contratar pacotes de serviços, que irão do “Living” – que tem simplesmente hotelaria e limpeza – até o “home care”, que dá direito a cuidadores e fisioterapia.
Leia também: Como um deserto virou o centro do mercado de luxo mundial
Flórida
Esse mercado, que por aqui ainda engatinha, em outros países é uma indústria extremamente bem sucedida. Calcula-se que somente na Flórida existam 1,5 milhões de casas em condomínios projetadas especificamente para aposentados.
Aqui quem aposta no conceito por enquanto são investidores mais atentos a tendências, como Alexandre Frankel, da Vitacon e da Housi, que está levantando um condomínio em Higienópolis, São Paulo com VGV de 400 milhões de reais.
Ele terá 300 apartamentos para idosos em configurações que variam de 30 m² a 60 m². Outros dois virão em seguida, nos Jardins e em Perdizes.
Além da estrutura de atendimento emergencial e da infraestrutura de lazer – que inclui hidromassagem, salas de ioga, academia e salão de jogos – os projetos incluem instalações como salas de fisioterapia e de telemedicina.
Leia mais: Desvendando a valorização de imóveis classe A em São Paulo
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (1)
Marcia Elizabeth Brunetti
16.06.2025 08:25Em Curitiba já conheço um em fase de entrega, com as mesmas características. O BIOOS. São duas torres. Uma para moradias, com tecnologia e recursos para receber idosos. A outra torre é comercial. Especialmente para médicos, clinicas, além de comércio para atender os moradores (padaria, spa etc.) É caro também. Mas eles já estão investindo em outros imóveis para idosos. Em breve esse mercado deverá se tornar acessível para outras classes sociais.