'Condo App' virou padrão?

08.11.2025

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‘Condo App’ virou padrão?

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5 minutos de leitura 13.10.2025 15:40 comentários
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‘Condo App’ virou padrão?

Como escolher plataforma de gestão com garantia legal 

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‘Condo App’ virou padrão?
Imagem feita por IA

Nos últimos anos, os aplicativos de gestão condominial, conhecidos como Condo Apps, deixaram de ser tendência e se tornaram praticamente um padrão de administração em edifícios e residenciais.

A promessa é clara: mais transparência, facilidade na comunicação e digitalização de processos. Segundo dados da ABRASCOND (Associação Brasileira de Síndicos e Condomínios), cerca de 65% dos condomínios médios e grandes já utilizam algum tipo de aplicativo para gestão em 2025, contra apenas 28% em 2020. 

Mas, junto com os avanços, surgem os desafios jurídicos. Como escolher uma plataforma que ofereça segurança legal, cumpra a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) e não transforme a rotina do condomínio em um problema ainda maior? 

Benefícios e riscos dos Condo Apps 

Entre os principais benefícios estão: 

  • Comunicação direta entre síndico e moradores; 
     
  • Reservas online de áreas comuns; 
     
  • Emissão de boletos e segunda via de taxas condominiais; 
     
  • Controle de visitantes, prestadores de serviço e portaria; 
     
  • Registro de ocorrências com rastreabilidade. 
     

No entanto, os riscos também são significativos: 

  • Exposição de dados sensíveis, como biometria, placas de veículos e CPF dos condôminos; 
     
  • Falta de transparência contratual, em que empresas de tecnologia assumem o direito de comercializar informações; 
     
  • Dependência tecnológica, criando vulnerabilidade em caso de falhas ou invasões. 
     

O que diz o especialista 

Segundo o Felipe Faustino, advogado especialista em direito condominial e sócio do escritório Faustino e Teles, a escolha da plataforma deve passar por critérios jurídicos claros

“O condomínio precisa entender que está entregando dados pessoais e patrimoniais de centenas de pessoas a uma empresa de tecnologia. Isso significa que qualquer falha pode gerar responsabilização civil e até criminal. É essencial que o contrato com o fornecedor seja muito bem analisado, prevendo responsabilidades em caso de vazamentos ou mau uso das informações”, alerta. 

Leia também: A cada dez dias, uma pessoa morre em elevadores no Brasil

Checklist jurídico para escolher um Condo App 

  1. Verifique a conformidade com a LGPD (Lei 13.709/2018): 
     
  • O app deve indicar um Encarregado de Dados (DPO)
     
  • Informar claramente a base legal do tratamento de informações; 
     
  • Garantir possibilidade de exclusão dos dados mediante solicitação. 
     
  1. Leia o contrato com atenção: 
     
  • Evite cláusulas abusivas que transfiram toda responsabilidade ao condomínio; 
     
  • Peça detalhamento sobre prazos de guarda, backups e protocolos de segurança. 
     
  1. Analise a infraestrutura tecnológica: 
     
  • Servidores no Brasil ou em países com legislação equivalente à LGPD; 
     
  • Criptografia ponta a ponta; 
     
  • Histórico de incidentes de segurança. 
     
  1. Confirme suporte jurídico e técnico: 
     
  • A empresa deve oferecer canal de atendimento 24h; 
     
  • Prever treinamentos para síndicos e funcionários. 
     

Dicas práticas para síndicos 

  • Compare mais de uma plataforma antes de contratar; 
     
  • Consulte o jurídico do condomínio para validar cláusulas contratuais; 
     
  • Realize testes pilotos com um grupo de moradores antes da adesão definitiva; 
     
  • Atualize o regimento interno para refletir as novas regras digitais (por exemplo, reserva de áreas via aplicativo). 
     

O futuro da gestão condominial 

Com a entrada em vigor das atualizações da LGPD em junho de 2025, que reforçam a proteção de dados biométricos e de acesso, a responsabilidade dos síndicos e administradoras aumentou. Segundo a ANPD (Autoridade Nacional de Proteção de Dados), o setor condominial já representa 12% das denúncias sobre mau uso de dados pessoais, especialmente em sistemas de biometria. 

Para o Felipe Faustino, o caminho é inevitável, mas exige prudência: 

“A digitalização da vida condominial é irreversível, mas não pode ser feita sem segurança. O síndico deve se lembrar de que, no caso de falha ou vazamento de informações, o condomínio pode ser acionado judicialmente, além de ser multado pela ANPD. É um desafio que mistura tecnologia e responsabilidade jurídica.” 

Adotar um Condo App pode transformar a gestão e trazer mais transparência, mas a escolha da plataforma deve ser feita com rigor jurídico, atenção à LGPD e participação ativa dos moradores. Afinal, inovação só vale a pena quando caminha junto com segurança e legalidade. 

Por Rafael Bernardes, CEO do Síndicolab, e Felipe Faustino, advogado no escritório Faustino & Teles

Leia mais: Regimento é lei?

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