Hamilton vence por estratégia e experiência
Uma corrida movimentada pela chuva no GP da Inglaterra de Fórmula 1 foi palco do ressurgimento de um cerebral Lewis Hamilton
No movimentado GP da Inglaterra de Fórmula 1 tivemos um claro vencedor, Lewis Hamilton (foto), mas além dele, mais pilotos e equipes foram impactados com o resultado dessa corrida, seja literalmente, pelo lugar em que chegaram, seja pelas implicações que esses resultados poderão ter num futuro próximo. Vamos à análise de quem ganhou e quem perdeu nesse chuvoso fim de semana inglês.
Quem ganhou
- Lewis Hamilton, que estava há 945 dias sem vencer na categoria e passava a questionar se estava ficando velho demais (tem 39) e se tem capacidade de vencer. Ainda que o carro da tenha se adapado muito bem à pista e as mudanças das condições de pista com o chove-não-chove o tenha ajudado, ser rápido e jogar com essa realidade melhor que os demais foi a condição para seu triunfo.
- Mercedes, outra equipe que se reencontrou e parece — pelo menos por enquanto — em condições de disputar pódios. Vitórias, como nas duas últimas corridas, dependeram um pouco de circunstâncias extraordinárias, mas isso também pode mudar.
- Max Verstappen, que começou a corrida largando bem mas depois foi escalado pelas McLaren de Norris e Piastri, no fim terminou à frente das duas, mantendo sua vantagem na pontuação do campeonato bem confortável e mostrando que também sabe jogar bem com condições de pista cambiantes.
- A equipe Haas e seu piloto Nico Hulkenberg, mais uma vez marcaram importantes pontos. Magnussen não conseguiu capitalizar, mas de toda forma fica clara a evolução do carro da equipe americana, resta ver se em circuitos com outras características técnicas o bom desempenho se repetirá.
- A dupla da Aston Martin marcou bons pontos depois de um período de seca nas corridas anteriores. A equipe, que ainda não reencontrou o caminho da competitividade, ao menos não afundou novamente e parece ter reascendido (um pouco) com a nova asa dianteira, enquanto esperam mais novidades aerodinâmicas para a próxima etapa, na travada pista da Hungria.
- Alex Albon soube capitalizar com o ocaso de Perez, Russell e Leclerc e extraiu o melhor do seu Williams-Mercedes, um carro que sabidamente não está entre os mais rápidos, para chegar na zona de pontuação, isso mesmo depois de ter que desviar de confusões na primeira curva, onde quase o tiraram da corrida.
Quem perdeu
- Sergio Perez, o companheiro de Verstappen, nem parece dispor de um carro igual ao do holandês, tamanha a discrepância de resultados. Largou em 19º depois de rodar no começo da classificação e na corrida vinha com uma modestíssima atuação quando foi ainda mais prejudicado pela equipe, quando, provavelmente para testar uma estratégia, o chamou cedo demais para a troca de pneus. Mas mesmo dentre os que fizeram essa opção errada ele não se saiu bem. Sua falta resultados pode lhe custar o emprego se não reagir nos próximos meses.
- George Russell fez a pole position e liderava a corrida até começar a chover, quando foi ultrapassado por Hamilton e depois por Lando Norris. Mais adiante, já um pouco fora da disputa pela ponta, teve que abandonar com problemas mecânicos.
- McLaren. Se por um lado a equipe conta com um bom carro, talvez o melhor no momento, e bons pilotos, por outro demostrou ainda não ter a mesma inteligência estratégica que seus rivais diretos, como atestado na hora de chamar seus pilotos para trocar os pneus, por exemplo, deixando-os tempo demais com as opções erradas.
- Depois de respirarem um pouco nas duas últimas corridas, marcando um ou outro pontinho, aqui ficaram devendo, e muito. Gasly teve um fim de semana para esquecer, por problemas técnicos e por pura falta de desempenho, como seu companheiro, Ocon comprova com resultados igualmente modestos.
- Daniel Riccardo, que entrou na equipe para pressionar Perez na Red Bull, não teve um desempenho digno de aplausos, ficando 3 posições atrás de seu companheiro, Yuki Tsunoda, que marcou seu pontinho. Arrisca perder o lugar na equipe para o novato Lian Lawson, que é da academia de talentos do grupo dono da Red Bull e da RB, pela qual corre o australiano famoso pelo sorriso.
- Charles Leclerc teve um final de semana para esquecer. Não se achou com o carro, que usava algumas peças novas, e com isso não se classificou bem largando em 11º, mas com a equipe o chamando cedo demais para colocar pneus para chuva, despencou e só conseguiu remar até uma modesta 14ª posição na bandeirada.
- A Ferrari, como um todo, deixou de ser a grande ameaça à Red Bull, deixando esse papel à McLaren e Mercedes. A percepção geral é que os italianos estão meio perdidos no desenvolvimento do carro e a luta agora é para voltar a ser a segunda força, como o modesto 5º lugar do eficiente Sainz parece comprovar.
Eis o resultado completo do GP da Inglaterra:
1) Lewis Hamilton (Mercedes), 52 voltas
2) Max Verstappen (Red Bull/Honda RBPT), +1.465s
3) Lando Norris (McLaren/Mercedes), +7.547s
4) Oscar Piastri (McLaren/Mercedes), +12.429s
5) Carlos Sainz (Ferrari), +47.318s
6) Nico Hülkenberg (Haas/Ferrari), +55.722s
7) Lance Stroll (Aston Martin/Mercedes), +56.569s
8) Fernando Alonso (Aston Martin/Mercedes), +1’03.577s
9) Alexander Albon (Williams/Mercedes), +1’08.387s
10) Yuki Tsunoda (RB/Honda RBPT), +1’19.303s
11) Logan Sargeant (Williams/Mercedes), +1’28.960s
12) Kevin Magnussen (Haas/Ferrari), +1’30.153s
13) Daniel Ricciardo (RB/Honda RBPT), 51 voltas
14) Charles Leclerc (Ferrari), 51
15) Valtteri Bottas (Sauber/Ferrari), 51
16) Esteban Ocon (Alpine/Renault), 50
17) Sergio Pérez (Red Bull/Honda RBPT), 50
18) Zhou Guanyu (Sauber/Ferrari), 50
George Russell (Mercedes) – abandonou
Pierre Gasly (Alpine/Renault) – abandonou
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)