Morte expõe perseguição a celebridades na Coreia do Sul
Atriz de 24 anos enfrentava perseguição online e boicote após escândalo. Segundo a revista Time, caso reacende debate sobre a cultura de linchamento digital na Coreia do Sul

A morte prematura da atriz sul-coreana Kim Sae-ron, encontrada sem vida em sua casa em Seul no último domingo, 17, desencadeou uma onda de comoção e revolta no país.
Aos 24 anos, Kim vinha sendo alvo de uma campanha de cancelamento desde 2022, quando foi flagrada dirigindo embriagada. O episódio não apenas afetou sua carreira, mas também tornou a atriz vítima de ataques implacáveis nas redes sociais e na imprensa sensacionalista.
Segundo matéria da Time, a Coreia do Sul tem um histórico de hostilidade extrema contra figuras públicas que cometem deslizes, especialmente mulheres.
Kim, que começou sua carreira aos nove anos e ganhou fama com o filme The Man from Nowhere (2010), foi rapidamente transformada de estrela promissora em alvo de um boicote midiático. Jornalistas e internautas ridicularizavam cada aparição sua, condenando desde saídas com amigos até sua tentativa de retomar a carreira em um filme independente no ano passado.
Após a confirmação da morte, veículos sul-coreanos publicaram editoriais condenando o ódio virtual e relembrando casos semelhantes, como os das cantoras de K-pop Sulli e Goo Hara, em 2019, e do ator Lee Sun-kyun, em 2023.
O jornal Hankook Ilbo apontou a hipocrisia da própria mídia, que agora critica os ataques online, mas durante anos explorou a crise de Kim para ganhar audiência. A Citizens’ Coalition for Democratic Media também responsabilizou os jornais e sites de notícias pelo papel que desempenham na perseguição implacável a celebridades;
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Comentários (2)
Marcia Elizabeth Brunetti
18.02.2025 08:04A cultura oriental é bem mais austera que a ocidental. Eles mesmos se punem, até por estarem envergonhando suas famílias . Falta equilíbrio neste mundo. Nos países ocidentais, principalmente o continente americano, onde existe até orgulho em burlar leis e códigos morais.
Carlos Renato Cardoso Da Costa
18.02.2025 05:40Mas foi suicídio?