Disney: entre estratégias e pressões do mercado
A Disney, um dos maiores conglomerados de entretenimento do mundo, atravessa um período de transformações e pressões.

A Disney, um dos maiores conglomerados de entretenimento do mundo, atravessa um período de transformações e pressões.
A empresa busca equilibrar sua identidade tradicional com as novas demandas do mercado, ao mesmo tempo em que enfrenta desafios internos e externos.
De revisões em políticas de diversidade a questionamentos sobre preços abusivos em seus parques e flutuações no número de assinantes do Disney+, a gigante do entretenimento precisa encontrar um caminho sustentável para o futuro.
Revisão das políticas de diversidade e inclusão
Nos últimos anos, a Disney investiu fortemente em políticas de diversidade, equidade e inclusão. Só que diante de um cenário econômico e político mais desafiador, como os embates com o governador da Flórida Ron de Santis e a volta de Donald Trump, a empresa está reformulando sua abordagem.
Um dos principais movimentos foi a substituição do fator de “Diversidade e Inclusão” na avaliação de executivos pelo conceito de “Estratégia de Talentos”, focado em como os valores da companhia impulsionam o sucesso dos negócios.
Outra mudança relevante foi o fim da iniciativa “Reimagine Tomorrow”, que visava promover a representatividade de grupos sub-representados nos meios de comunicação e entretenimento, criticada por setores conservadores. A Disney reformulou a comunicação desse projeto, realocando seu conteúdo para o site corporativo.
Além disso, os avisos de conteúdo em filmes clássicos, como Dumbo e Peter Pan, foram ajustados e realocados na seção de detalhes das produções no Disney+, saindo da exibição em si. O objetivo é evitar confrontos políticos e reforçar o compromisso da empresa com seu público familiar.
Bob Iger, CEO da Disney, enfatizou que o foco deve ser evitar polêmicas o mirar na qualidade do entretenimento, e não em agendas ideológicas.
O alto custo da magia: preços e insatisfação dos visitantes
Se por um lado a Disney tenta evitar polêmicas, por outro, enfrenta críticas intensas devido ao aumento constante dos preços de seus parques temáticos.
Um artigo no Wall Street Journal mostrou que a questão dos valores cada vez maiores cobrados por ingressos e serviços adicionais, muito além da inflação, está gerando uma série de reuniões internas.
Um ingresso diário para a Disneylândia pode custar até 206 dólares, enquanto uma família de quatro pessoas precisa desembolsar cerca de 3.500 para uma viagem básica de três dias, incluindo o hotel mais barato da marca – e isso sem contar alimentação e serviços como o Lightning Lane Multi Pass, que custa 32 dólares por dia, por pessoa, para evitar filas.
Funcionários da própria Disney demonstram preocupação com essa política de preços, temendo que a empresa tenha chegado ao limite do que a classe média americana pode pagar.
Pesquisas internas indicam que a intenção de retorno de visitantes caiu drasticamente a partir do final de 2023. Apesar das críticas, a Disney defende sua estratégia, alegando que a satisfação do cliente continua alta.
Disney+: entre desafios e oportunidades
O streaming tem sido outro grande desafio para a empresa. O Disney+ registrou uma queda de 700 mil assinantes em 2024, mas, surpreendentemente, o negócio continua lucrativo.
No último trimestre do ano passado, a empresa obteve um lucro operacional de US$ 293 milhões, com uma receita total de US$ 6,07 bilhões – um crescimento de 9% em relação ao ano anterior. No geral, a receita total da Disney cresceu 5%, alcançando US$ 24,69 bilhões.
Com a chegada de 2025, a empresa aposta na força de suas franquias para atrair novos assinantes. O calendário da Marvel Studios traz lançamentos aguardados, como Capitão América: Admirável Mundo Novo, Thunderbolts e Quarteto Fantástico: Primeiros Passos, que, após sua exibição nos cinemas, estarão disponíveis exclusivamente no Disney+.
Essa estratégia visa fortalecer a plataforma e compensar as perdas recentes de assinantes.
O futuro da Disney: equilibrando tradição e inovação
A Disney enfrenta um cenário complexo, no qual precisa conciliar sua essência familiar com as pressões do mercado moderno. Ajustar sua abordagem sobre diversidade, reavaliar os preços dos parques e fortalecer o Disney+ são desafios que exigem uma estratégia cuidadosa para agradar tanto a empresa, como seus investidores e o seu público fiel.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (2)
Jose Diogo de Almeida
17.02.2025 15:48E um mundo magico mesmo ... os 4 parques deles são todos fantástico, quem foi sabe.
Fabio B
15.02.2025 09:35Papo furado, continua o mesmo pessoal doente. Vão continuar na mesma, mas com outra abordagem.