O alívio de Galípolo
Presidente do Banco Central não demonstrou incômodo após ataques de petistas a nova alta de juros

Durante viagem para São Paulo, na final da manhã desta quinta-feira, 19, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, não demonstrou incômodo com os ataques de petistas após o Comitê de Política Monetária (Copom) ter elevado a taxa de juros para 15%.
Como mostramos, o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias, e a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, teceram sérias críticas a Galípolo pela decisão do Copom.
“No momento em que o país combina desaceleração da inflação e déficit primário zero, crescimento da economia e investimentos internacionais que refletem confiança, é incompreensível que o Copom aumente ainda mais a taxa básica de juros. O Brasil espera que este seja de fato o fim do ciclo dos juros estratosféricos”, disse Gleisi.
“Não dá pra aceitar como normal o novo aumento da Selic pelo Banco Central. A taxa de 15% é indecente, proibitiva e desestimula investimentos produtivos. É a transformação do Brasil no paraíso dos rentistas: quem vive de juros ganha, quem trabalha perde”, acrescentou Lindberg.
Ao ser abordado por um passageiro durante o voo, o presidente do BC foi chamado de ‘herói’ após ele conseguir resistir à pressão dos petistas. Galípolo apenas de uma risada de alívio. Galípolo viajou para São Paulo para passar o feriadão com a família e não pretende tirar férias, como fez o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
O patamar estabelecido na quarta-feira última é o maior para a Selic desde julho de 2006. São sete elevações consecutivas em um ciclo iniciado em setembro do ano passado.
“O Copom decidiu elevar a taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual, para 15,00% a.a., e entende que essa decisão é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante. Sem prejuízo de seu objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços, essa decisão também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego”, diz trecho da nota do BC.
No comunicado, o colegiado sinalizou a intenção de interromper o ciclo da alta para avaliar os resultados da política adotada.
“Em se confirmando o cenário esperado, o Comitê antecipa uma interrupção no ciclo de alta de juros para examinar os impactos acumulados do ajuste já realizado, ainda por serem observados, e então avaliar se o nível corrente da taxa de juros, considerando a sua manutenção por período bastante prolongado, é suficiente para assegurar a convergência da inflação à meta”, destaca.
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Comentários (1)
Marcia Elizabeth Brunetti
20.06.2025 07:51São heróis mesmo os que desafiam a loucura coletiva dos petistas raiz.