Ministro de Milei sobre dólar: “Liberdade nunca deve ser temida”
Economia argentina passa praticamente ilesa após o governo do libertário pôr fim ao controle do câmbio, em mais uma reforma ousada do presidente

A Argentina deu fim ao controle do câmbio, conhecido como cepo, na segunda-feira, 14, e o peso não colapsou da forma como se temia. A decisão acaba com medida que limitava a compra de dólares, implementada nos governos peronistas de Cristina Kirchner e Alberto Fernández.
A desvalorização da moeda argentina foi de 12% (para 1.230 pesos por dólar), menos do que os mais de 20% das piores projeções. Já o dólar paralelo, conhecido como blue, recuou 6,55%, indo a 1.285 pesos. A ideia é que esses dois valores convirjam.
Além disso, o índice Merval, principal da bolsa de valores argentina, fechou em alta de 5,16% e os títulos da petroleira argentina YPF subiram 14% na bolsa de Nova York. Por enquanto, o plano vai bem.
“VLLC”
“Qualquer agenda de desregulamentação estaria incompleta até que os controles da taxa de câmbio fossem suspensos. É por isso que hoje é um dia de celebração no Ministério de Desregulação e Transformação do Estado”, disse o ministro Fede Sturzenegger em seu perfil no X, ao compartilhar uma imagem de corrente que se rompe.
“Isso nos permite iniciar o processo de eliminação das regulamentações associadas a esse instrumento. Hoje é um dia para celebrar a liberdade, graças a Milei, Luis Caputo e sua equipe no Ministério da Economia, Santiago Bausili e sua equipe no Banco Central. A liberdade nunca deve ser temida. VLLC!”, completou, usando a sigla para o lema do presidente Javier Milei, “Viva la libertad, carajo”.
FMI
A estabilidade na segunda-feira foi garantida por um aporte de 22 bilhões de dólares do Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciado na sexta-feira, 11. Em troca, a Argentina promete entregar um superávit fiscal de pelo menos 1,3% do PIB neste ano.
Numa significativa demonstração de prestígio ao presidente argentino, o secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, fez um intervalo na guerra tarifária iniciada por Donald Trump há duas semanas e foi encontrar Milei em Buenos Aires.
“Na reunião de hoje com o Presidente Javier Milei, da Argentina, felicitei-o pelas recentes e bem-sucedidas negociações da Argentina com o FMI. Fiquei orgulhoso de afirmar o total apoio dos Estados Unidos às ousadas reformas econômicas do Presidente”, disse Bessent ao registrar o encontro com foto (em destaque) em suas redes sociais.
As tarifas
A Secretaria do Tesouro americana divulgou uma mensagem sobre o encontro:
“Hoje, o Secretário do Tesouro dos EUA, Scott K.H. Bessent, reuniu-se com o Presidente da Argentina, Javier Milei. Durante o encontro, o Secretário Bessent afirmou o total apoio dos Estados Unidos às ousadas reformas econômicas do Presidente Milei e o elogiou pela iniciativa antecipada de seu governo para reduzir as barreiras ao comércio recíproco com os Estados Unidos. O Secretário também parabenizou o Presidente pelas recentes e bem-sucedidas negociações da Argentina com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e enfatizou a confiança dos Estados Unidos no Presidente Milei para continuar impulsionando o bom momento econômico da Argentina.”
Encarado com desconfiança após vencer a eleição presidencial em 2023, Milei vai desafiando os piores prognósticos ao controlar a inflação com reformas econômicas ousadas que pareciam impossíveis até que ele as pusesse em prática.
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