Haddad perdeu a confiança do mercado, indica pesquisa
Avaliação negativa sobre o trabalho do ministro da Fazenda de Lula saltou 34 pontos percentuais desde dezembro, quando ele abandonou o discurso de controle fiscal

O mercado financeiro cansou de Fernando Haddad (à esquerda na foto). Disparou desde dezembro a avaliação negativa sobre o ministro da Fazenda entre gestores de fundos, asset management e family offices ouvidos em pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira, 19.
Haddad é visto de forma negativa por 58% do mercado, um salto de 34 pontos percentuais desde dezembro. A imagem positiva do ministro, que era de 41%, caiu para apenas 10% no mesmo período — a opção “regular” se manteve estável, oscilando de 35% para 34%.
Também piorou a percepção sobre a força do ministro: 85% consideram que ele está mais fraco no governo, ante 61% em dezembro. Apenas 1% considera que ele está mais forte, e 14% responderam que sua força está igual (eram 35% no fim do ano passado).

A pesquisa ouviu 106 dos maiores agentes do mercado financeiro em São Paulo e Rio de Janeiro de 12 a 17 de março. A margem de erro da pesquisa é de 3,4 pontos percentuais.
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Perspectivas
“Em relação à economia, o mercado está bem pessimista: 83% acreditam que haverá uma piora nos próximos 12 meses, enquanto apenas 4% acreditam em uma melhora”, disse o diretor da Quaest, Felipe Nunes, ao comentar os resultados da pesquisa em seu perfil no X.
Além disso, 58% dos consultados disseram que o Brasil corre risco de entrar em recessão, e 82% apostam que a inflação de 2025 vai ser maior do que a de 2024.
“A estimativa dos agentes de mercado é que a taxa de inflação acumulada no ano fique em 6.01%. Vale lembrar que a inflação fechou 2024 em 4,83%, um pouco acima do limite máximo da meta estipulada pelo governo”, destacou Nunes.
Haddad capitulou
Como O Antagonista tem registrado, Haddad capitulou nos últimos meses e abandonou qualquer sinalização de esforço fiscal no governo, mesmo diante do discurso de Lula para controlar a inflação dos alimentos.
A indicação da deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR, à direita na foto) para a articulação política do governo no Congresso Nacional deve ter contribuído para a piora da imagem do ministro.
A presidente licenciada do PT é encarada como uma das várias adversárias de Haddad dentro do governo Lula.
Não por acaso, subiu entre os agentes do mercado a desconfiança sobre a capacidade do governo para aprovar sua agenda no Congresso: é baixa para 58% (eram 39% em dezembro).
A escolha de Gleisi foi um erro para 90% dos consultados na pesquisa, e 98% acham que a reforma ministerial não vai resolver os problemas de governabilidade de Lula.
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Comentários (2)
Marian
19.03.2025 14:02É recíproco
Fabio B
19.03.2025 08:14Como alguém poderia ter algum tipo de esperança positiva de um sujeito desses, que foi considerado um dos piores prefeitos de SP, o pior ministro da Educação (na época do Governo Dilma)? Não é surpresa alguma esse desastre que ele tem se mostrado à frente do ministério da Fazenda.