Haddad manda recado ao Congresso sobre responsabilidade fiscal
"Acho ruim a responsabilidade fiscal ser uma atribuição exclusiva do Executivo", disse o ministro da Fazenda

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, mandou nesta segunda-feira, 28, um recado ao Congresso, afirmando que a responsabilidade fiscal não pode ser uma atribuição exclusiva do Poder Executivo.
“Tenho conversado com o presidente [da Câmara] Hugo Motta (Republicanos-PB). Acho ruim a responsabilidade fiscal ser uma atribuição exclusiva do Executivo. As medidas tomadas por Legislativo e Judiciário podem prejudicar muito mais que as do Executivo”, disse Haddad quando questionado sobre as prioridades do governo no Legislativo durante evento do banco Safra.
“A gente precisa fazer um debate honesto sobre o que aconteceu com o fiscal ou não vamos ter uma agenda decente para o país, vai entrar governo e sai governo e não vai se resolver”, acrescentou.
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Ajuste recessivo
Haddad afirmou ainda que o país tem condições de se arrumar sem comprometer suas possibilidades de crescimento futuro.
“O país tem que compreender que nós não precisamos abdicar do crescimento. Ao contrário, nós estamos falando de mais crescimento e não de menos crescimento. Nós estamos falando de fazer, criar um ambiente no qual vai ter mais investimento privado, mais consumo das famílias, com um Orçamento mais arrumado. Nós não estamos falando assim, nós vamos fazer aqui um ajuste recessivo. O Brasil tem condições de se arrumar sem comprometer as suas possibilidades de crescimento futuro”, disse.
“Nós estamos fazendo uma grande mudança no sistema de crédito brasileiro, para trazer os spreads para baixo através de um marco de garantias mais robusto”, continuou, reconhecendo que o nível de investimentos no Brasil está aquém do necessário.
“O Brasil vem ‘subinvestindo’ há muito tempo. E você tem um conjunto de projetos com boas taxas de retorno que podem sair da gaveta se nós acertarmos uma série de políticas que estão sendo endereçadas pelo governo e já têm produzido resultados concretos, mas que podemos melhorar ainda mais. Nós podemos votar neste ano alguns aperfeiçoamentos institucionais da Lei de PPPs e da Lei de Concessões”, disse.
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Comentários (2)
MARCOS
28.04.2025 13:08ELE TEM QUE MANDAR O RECADO O EX-PRESIDIÁRIO GASTADOR.
Fabio B
28.04.2025 11:37É curioso ver esse bost4 do Haddad se queixar de que a responsabilidade fiscal não deve ser uma atribuição exclusiva do Executivo, como se o governo já estivesse fazendo tudo que está ao seu alcance. Embora o Executivo não possa, por canetada, implementar essas reformas numa canetada, cabe a ele justamente direcionar, propor e articular essas mudanças. Mas isso é algo que esse governo, por convicção ideológica, se recusa a fazer. Qualquer governo que queira ter bons resultados deveria estar empenhado em encaminhar reformas fundamentais: administrativa, para cortar privilégios e ineficiências do serviço público; previdenciária, para corrigir distorções que ainda sobrecarregam as contas públicas; trabalhista, para modernizar relações de trabalho; e uma verdadeira reforma fiscal, para simplificar tributos e incentivar o crescimento econômico. Mas o que vemos é o oposto neste governo: uma defesa intransigente do status quo, da manutenção de privilégios e da expansão do gasto público, enquanto se tenta jogar a responsabilidade para os outros Poderes. O "Andrade" fala em "mais crescimento", mas se recusa a encarar o que realmente trava o país: um Estado pesado, caro, ineficiente e tomado por interesses corporativistas de uma elite parasitária.