O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou que, caso o grupo Brics avance na criação de uma moeda própria para transações internacionais, os produtos desses países enfrentariam tarifas de importação de 100% ao ingressarem no mercado norte-americano. Essa medida teria o objetivo de dissuadir o bloco de se afastar do dólar americano.

Em resposta a essas declarações, o senador Randolfe Rodrigues (AP-PT), líder do governo no Congresso, comentou que nem Trump nem os Estados Unidos estão em posição de desafiar economicamente o bloco:

“Eu acho que nem ele (Trump), nem os Estados Unidos estão com essa moral toda para chamarem ao duelo 31,5% do produto interno bruto do planeta e metade da população do mundo que estão reunidos em torno dos Brics”

O parlamentar também destacou, porém, que não há planos por parte dos apoiadores do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de tomar ações contra a afirmação do ex-presidente americano.

A ameaça de Trump

A ameaça de Trump, se concretizada, representaria um golpe significativo para o Brics, especialmente para a China, que desempenha um papel de liderança no grupo.

A proposta de criar uma moeda comum tem sido uma prioridade na agenda do bloco. Trump expressou sua oposição à ideia em sua plataforma social Truth Social, exigindo que os países do Brics se comprometam a não desenvolver uma nova moeda ou enfrentarão severas sanções econômicas dos EUA.

Lula quer moeda alternativa

Durante a Cúpula do Brics realizada em Kazan, Rússia, em outubro passado, Lula reafirmou seu apoio à criação de alternativas monetárias para o bloco, esclarecendo que o objetivo não é substituir as moedas atuais, mas sim facilitar transações entre os membros.

Na cúpula de 2023 em Joanesburgo, África do Sul, Lula sugeriu que o comércio fosse realizado em moedas diferentes do dólar.

Em abril de 2023, durante uma cerimônia em Xangai marcando a posse da ex-presidente Dilma Rousseff no Novo Banco de Desenvolvimento (NBD) dos Brics, Lula enfatizou a necessidade de transações comerciais entre os países do bloco serem realizadas em suas próprias moedas.

Ele questionou por que o comércio global deveria estar vinculado ao dólar e sugeriu alternativas como o iene ou o real, recebendo aplausos dos presentes.

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