EUA anunciaram US$ 2,8 tri em novos investimentos em 2025
Política industrial agressiva, tarifas protecionistas e cortes de impostos impulsionam fábricas, empregos e realinhamento global

Desde a posse de Donald Trump em janeiro de 2025, os Estados Unidos anunciaram mais de US$ 2,8 trilhões em investimentos por empresas e governos estrangeiros.
A nova gestão adotou uma estratégia agressiva de reindustrialização, combinando cortes de impostos, desregulamentação, subsídios e tarifas protecionistas.
O governo criou o United States Investment Accelerator, órgão voltado para destravar projetos industriais acima de US$ 1 bilhão.
A meta é retomar a relevância da indústria norte-americana, que caiu de 28,4% da produção global em 2001 para 17,4% em 2023.
As tarifas, que variam conforme o déficit comercial bilateral, chegam a 54% para certos países, pressionando empresas a transferirem operações para o território americano.
O setor de semicondutores lidera os aportes, com mais de US$ 765 bilhões. A TSMC, de Taiwan, anunciou US$ 165 bilhões para cinco fábricas no Arizona. A NVIDIA comprometeu US$ 500 bilhões em supercomputadores de inteligência artificial e robótica no Texas e Arizona.
A meta da Casa Branca é ampliar de 12% para 40% a participação dos EUA na fabricação global de chips, hoje concentrada em Taiwan.
O projeto Stargate, uma megaparceria entre SoftBank, OpenAI, Oracle e Microsoft, prevê US$ 500 bilhões em infraestrutura de IA, com data centers de até 1 gigawatt — o equivalente a uma usina nuclear — em fase inicial no Texas.
No setor energético, a prioridade recai sobre petróleo e gás. Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos anunciaram aportes de US$ 600 bilhões e US$ 1,4 trilhão, respectivamente. O foco é garantir energia barata à indústria e reduzir custos logísticos.
Empresas da Europa e da Ásia têm buscado evitar tarifas de até 24%, como no caso do Japão, ao expandirem operações nos EUA. A Hyundai, por exemplo, prometeu US$ 20 bilhões para uma siderúrgica na Louisiana. A Siemens também confirmou projetos industriais em estados-chave.
A expectativa do governo é criar 2,1 milhões de empregos até 2030, concentrados no Texas, Arizona e Ohio.
No entanto, há déficit de engenheiros: os EUA formam 70 mil por ano, ante 500 mil na China. Programas de capacitação com universidades locais estão sendo acionados por empresas como a TSMC.
O fluxo de capital sinaliza confiança empresarial na estratégia de reindustrialização americana. O sucesso em atrair megaindústrias consolida uma mudança estrutural na geoeconomia global, ainda que envolta em riscos de inflação e volatilidade política.
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