Culpa pela greve dos auditores da Receita é de Haddad?
Em nota, os auditores afirmaram que o ministro da Fazenda é "corresponsável" pela greve iniciada em 26 de novembro de 2024

A Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Unafisco Nacional) afirmou na segunda-feira, 17, que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, é “corresponsável” pela greve iniciada em 26 de novembro de 2024.
Para a entidade, o chefe da equipe econômica do governo Lula (PT) ignorou os pleitos de quem trabalha no Fisco e priorizou outros segmentos.
“A percepção da Unafisco é de que Haddad é corresponsável pela greve porque priorizou outras áreas sob sua gestão, ignorando demandas da Receita, alimentou a revolta dos auditores fiscais”, disse a Unafisco em nota.
“A Procuradoria da Fazenda Nacional (PFN), subordinada ao mesmo ministério, recebeu reajustes salariais de 19% para os próximos dois anos, enquanto os auditores tiveram seu vencimento básico congelado. Esse tratamento desigual foi a ‘gota d’água’ para a greve, já que os auditores consideram seu trabalhotão estratégico quanto o da PFN”, acrescentou.
Desgaste da imagem do governo Lula
Com quase três meses de duração, esta é a segunda greve dos auditores da Receita Federal em menos de um ano.
A greve, continou a Unafisco, “evidencia uma crise de governança na RFB, com reflexos diretos na recuperação econômica e com potencial para desgastar ainda mais a imagem do governo que sofre com baixa aprovação popular”.
O impacto da greve dos auditores
A associação listou os impactos da paralisação até o momento:
- “Arrecadação Federal: A greve travou 15 bilhões de reais em transações tributárias pendentes desde 2024, além de interromper julgamentos no Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais), que envolvem 51 bilhões de reais em disputas fiscais;
- Projeções em risco: O governo projetava arrecadar 31 bilhões de reais com transações tributárias em 2025, mas o histórico de 2024 – quando apenas 5,4 bilhões de reais foram captados – reforça o ceticismo;
- Comércio exterior paralisado: Mais de 500 mil remessas de importação e exportação estão retidas, com atrasos de até 30 dias na liberação de cargas em aeroportos como Guarulhos e Viracopos. Setores como farmacêutico, automotivo e agronegócio são os mais afetados.”
Também segundo a Unafisco, uma paralização similar em 2024 causou perdas de 3 bilhões de reais em seis meses aos cofres públicos.
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Comentários (1)
Fabio B
18.02.2025 08:15Num país sério, esses auditores seriam exonerados. Tenho certeza que se abrirem novas vagas, interessados não faltarão, mesmo se cortarem o salário por 2 ou 3.