Colunista do WSJ critica Lula e aponta declínio da América Latina
"O dinossauro brasileiro da Guerra Fria está se apegando (...) a uma luxúria pelo poder que um modelo corporativo altamente centralizado oferece", diz Mary Anastasia O’Grady

Em artigo publicado no domingo, 17, no The Wall Street Journal, a colunista Mary Anastasia O’Grady traça um panorama crítico sobre a situação política e econômica da América Latina, com destaque para o Brasil sob a liderança de Lula.
Segundo O’Grady, as políticas do presidente brasileiro desde o início de seu mandato, em janeiro de 2023, têm enfraquecido o país internamente e prejudicado sua posição na região.
O texto menciona a aproximação de Lula com regimes autoritários, como o do venezuelano Nicolás Maduro, criticando o apoio do Brasil à não validação da vitória eleitoral da oposição no país.
A colunista também chama atenção para a participação do Brasil no Brics, bloco que busca reduzir a influência do Ocidente no cenário global, movimento que, segundo ela, afeta negativamente os interesses democráticos.
“Dinossauro da Guerra Fria“
“O dinossauro brasileiro da Guerra Fria está se apegando não tanto a ideais utópicos de socialismo, mas a uma luxúria pelo poder que um modelo corporativo altamente centralizado oferece”, critica O’Grady. Ela segue:
“Ele prefere aliados que não insistem em governo limitado, como os companheiros do Brasil do grupo Brics — Rússia, Índia, China e África do Sul. O grupo visa a reduzir o alcance do dólar e das instituições ocidentais nas finanças internacionais e minar as sanções criando seus próprios mecanismos de empréstimo e moedas alternativas.”
Cenário alarmante
O’Grady descreve ainda o cenário econômico brasileiro como alarmante. Ela aponta que o déficit público chegou a 9,34% do PIB, segundo o Goldman Sachs, e critica a proposta de Lula de taxar bilionários globalmente, vista por ela como incoerente, considerando o histórico de corrupção associado ao Partido dos Trabalhadores (PT).
“O Brasil há muito anseia por substituir os EUA como hegemonia regional no continente sul-americano. Mas tomar esse papel requer autoridade moral e peso econômico. Lula está desperdiçando ambos”, analisa.
A substituição do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, por Gabriel Galípolo, também foi mencionada como um possível risco à autonomia da instituição, algo que, na visão da colunista, pode prejudicar principalmente os mais pobres.
O artigo conclui que as políticas de Lula refletem mais um desejo de poder centralizado do que um compromisso com a prosperidade econômica ou democrática, apontando que, caso essa trajetória continue, as consequências serão severas para o Brasil e para a região.
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