O presidente Lula aproveitou a sua primeira reunião ministerial de 2025 para dar uma bronca no secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas. Sem citá-lo nominalmente, o petista declarou que, a partir de agora, será proibida a edição de qualquer portaria sem o aval da Presidência da República.

Em setembro do ano passado, a Receita Federal editou uma Instrução Normativa que autorizou o monitoramento de Pix em valores acima de 5 mil reais para pessoas físicas e de 15 mil reais para pessoas jurídicas. A regra entrou em vigência em janeiro, mas ela foi revogada após o governo sofrer uma avalanche de críticas.

“Daqui para a frente, [precisamos de] dedicação. Mais do que vocês já tiveram. Daqui para a frente, nenhum ministro vai poder fazer portaria que depois crie confusão para nós sem que a portaria passe pela presidência da República através da Casa Civil”, disse o petista.

“Muitas vezes a gente pensa que não é nada, mas alguém faz uma portaria, faz um negócio qualquer e vem cair [o problema] na Presidência da República. É importante vocês lembrarem: quando a gente não trabalha, a gente não colhe”, declarou Lula.

Para Lula, eleição de 2026 já começou

Como mostramos mais cedo, o petista disse com todas as letras que a eleição de 2026 já começou. E que o governo vai trabalhar intensamente para não entregar o Palácio do Planalto para o “neofascismo, neonazismo ou autoritarismo”, em referência ao ex-presidente Jair Bolsonaro.

“O que quero dizer para vocês é que 2026 já começou. Não por nós, porque temos que trabalhar, temos que tirar todos os ‘carrapichos’ que tiver nas plantas… mas, pelos adversários, a eleição do ano que vem já começou”, disse o petista.

Ao se referir não nominalmente a Jair Bolsonaro, Lula disse que, agora, “tem uma causa”, que é não entregar o governo ao grupo do ex-presidente da República.

Lula contra o “neofascismo e o neonazismo” para a próxima eleição?

“Eu tenho uma causa: e é essa causa que vai me motivar em 2025. A causa é a gente não permitir, em hipótese alguma, que esse país volte ao horror que foi o mandato do nosso antecessor. Para que a gente garanta que a democracia vá prevalecer neste país”, prosseguiu o petista.

“Precisamos deixar, em alto e bom som, que nós queremos eleger um governo para continuar o processo democrático nesse país. Nós não queremos entregar esse país de volta ao neofascismo, ao neonazismo e ao autoritarismo”, prosseguiu.